Famoso falsificador de obras de arte entra para o mundo dos NFTs

Wolfgang Beltracchi

As obras de arte da coleção de Wolfgang Beltracchi são recriações de “Salvator Mundi”, a pintura mais cara do mundo e uma das mais polêmicas (Imagem: The Block/The Greats/ Alberto Venzago)

Wolfgang Beltracchi, um dos mais infames forjadores de obras de arte de todos os tempos, entrou para o mundo dos tokens não fungíveis (NFTs, na sigla em inglês).

Beltracchi desenvolveu um novo projeto, intitulado “The Greats”, uma coleção de 4.608 NFTs no blockchain Ethereum.

As obras de arte são recriações de “Salvator Mundi”, a pintura mais cara do mundo e uma das mais polêmicas. A pintura, cuja autoria é atribuída a Leonardo da Vinci (c. 1490-1500), foi vendida pelo valor recorde de US$ 450 milhões, na casa de leilão de luxo Christie’s, em 2017.

A peça foi vendida por meio de uma procuração para Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita.

Beltracchi recriou “Salvator Mundi” com base em sete momentos distintos da História da Arte – Alta Renascença (c. 1400-1550, com trabalhos de Leonardo da Vinci); Pós-Impressionismo (c. 1885-1910, com obras de Vincent van Gogh); Surrealismo (c. 1917-1950, com obras de Salvador Dalí); Cubismo (c. 1907-1914, com trabalhos criados por Pablo Picasso); Pop Art (c. 1950-1970, com obras de Roy Lichtenstein); Arte Industrial (c. 1962-1984, com trabalhos de Andy Warhol) e segundo a perspectiva do próprio Beltracchi – de acordo com o site The Greats.

Beltracchi refez diversas pinturas famosas ao longo de sua carreira de mais de três décadas, porém na forma de réplica, o que significa que ele remodelou obras de artistas famosos e as vendeu com os nomes deles, como se fossem obras verdadeiras, quando na verdade eram falsas.

Entre 1980 e 2011, estima-se que Beltracchi enganou o mundo das artes em cerca de € 35 milhões. Ele foi condenado a seis anos de prisão em 2011 por autoridades alemãs, mas foi solto no início de 2015, após ter cumprido pouco mais de três anos na prisão.

A esposa de Beltracchi também foi condenada a quatro anos de prisão, por ser considerada cúmplice do falsificador.

Desde a prisão de Beltracchi, museus de arte, galerias e casas de leilão proibiram o falsificador de exibir e vender sua arte. O artista de 70 anos decidiu migrar, então, para o mundo dos NFTs.

“O mercado de NFTs oferece aos artistas uma plataforma para eles se promoverem de modo independente e os emancipa de mecanismos do mercado de arte tradicional”, disse Beltracchi em uma declaração compartilhada com o The Block, nesta sexta-feira (8).

Nem todos os 4.608 NFTs estão atualmente disponíveis no site The Greats. Todas as peças somente serão reveladas quando a venda começar dentro de “8 a 10 dias”, disse o porta-voz.

O site The Greats realizará uma “venda às cegas”, afirmou o site. Isso significa que os compradores não saberão qual NFT estão emitindo.

Para garantir o maior nível de arbitrariedade, The Greats disse que está usando a Função Aleatória Verificável (VRF) da Chainlink, que é uma fonte verificável de aleatoriedade desenvolvida para contratos autônomos.

O propósito de usar a VRF da Chainlink é garantir que os NFTs não sejam “explorados” por partes envolvidas, como mineradores, disse o porta-voz.

O projeto de Beltracchi também integrará a ferramenta do The Graph para infográficos ao vivo em sua plataforma. Usuários poderão consultar dados de vendas ao vivo e vivenciarão a experiência como se fosse um leilão de verdade, acrescentou o porta-voz do forjador.

“Isto é o possível com a arte digital de hoje”, disse o porta-voz. “O que você vê na tela de pintura não é a única coisa importante. Tudo ao redor, como mecanismo de vendas, o registro de cada venda e seu respectivo dono, a execução técnica, também faz parte da arte.”

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