Monster estuda acordo com controladora da cerveja Corona
Não é garantido que as negociações levem a uma transação entre a Monster Beverage, que tem valor de mercado de US$ 47 bilhões
A Monster Beverage, fabricante de bebidas energéticas, estuda combinar as operações com a Constellation Brands, dona da marca de cerveja Corona, segundo pessoas a par do assunto.
A Monster Beverage, que tem a 💥️Coca-Cola como acionista majoritária, discutiu um possível acordo com assessores, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.
Não é garantido que as negociações levem a uma transação entre a Monster Beverage, que tem valor de mercado de US$ 47 bilhões, e a Constellation Brands, que vale US$ 44 bilhões. Ainda não se sabe a estrutura exata de uma possível união, e não está claro se as discussões levarão a uma fusão completa ou acordo de ativos.
Qualquer transação com a Constellation exigiria o apoio da família Sands, que transformou a empresa em um player global de bebidas, disseram as pessoas. Um porta-voz da Constellation Brands não quis comentar, e um representante da Monster Beverage não pôde ser contatado de imediato.
Participação da Coca-Cola
A relação da Monster com a Coca-Cola pode ser um obstáculo, disse Kenneth Shea, analista sênior de empresas de bebidas e tabaco na Bloomberg Intelligence.
“Vejo que tal transação, se efetivada, poderia comprometer o acordo de distribuição exclusiva da Monster com a Coca-Cola, o que poderia interferir em suas ambições de crescimento internacional”, disse Shea.
“Vejo pouca sinergia entre essas duas empresas, já que reguladores não aceitariam bebidas que combinassem cafeína e álcool”, acrescentou Shea. “Os produtos produzidos teriam que alavancar suas respectivas marcas, mas estarem atentos às limitações das formulações dos produtos.”
A Coca-Cola não retornou uma mensagem com pedido de comentários.
Ofertas de bebidas
A Constellation Brands, que tem sede em Victor, Nova York, iniciou as operações como produtora de vinho em 1945. Agora vende as marcas Corona Extra e Modelo Especial nos Estados Unidos, bem como Casa Noble Tequila, Svedka Vodka e High West Whiskey.
Um acordo entre Constellation e Monster pode ser interessante para a categoria de bebidas com infusão de cannabis. A Monster teria planos nos segmentos de CBD (canabidiol) ou hard seltzer, mas existe a preocupação sobre o impacto na imagem da empresa.
A Constellation tem participação de quase 40% na Canopy Growth, empresa canadense de maconha. A Canopy vende bebidas com THC (tetra-hidrocarbinol) no Canadá e pretende comercializá-las nos EUA se a maconha for legalizada a nível federal.
No acordo mais recente da Coca-Cola, no início do mês, a empresa adquiriu o restante da participação que ainda não controlava na marca de bebidas esportivas BodyArmor por US$ 5,6 bilhões em dinheiro.
Outros negócios no segmento de bebidas alcóolicas podem estar a caminho. A empresa de private equity Sycamore Partners também avalia a venda da Stag’s Leap Wine, potencialmente no valor de US$ 1 bilhão, segundo reportagem anterior da Bloomberg News.
A Sycamore comprou a marca como parte da aquisição da Ste. Michelle Wine Estates, do Altria Group, em negócio de US$ 1,2 bilhão fechado em outubro.
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