Covid-19: CEO de fabricante de vacinas afirma que é ‘razoável’ sugerir que fim da pandemia está próximo

Moderna

Vacina da Moderna (Imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach)

Para Stéphane Bancel, CEO da farmacêutica 💥️Moderna (M1RN34), fabricante de uma das vacinas contra a 💥️Covid-19, é “razoável sugerir que o fim da pandemia está próximo”.

À CNBC, Bancel afirmou que “acredita que existe cerca de 80% de chance de que, conforme o vírus for evoluindo, se torne cada vez menos virulento”.

Bancel ainda afirmou que, mesmo que esse seja o caso, “pessoas acima dos 50 anos e quem tiver alguma comorbidade deverão ser vacinadas contra o novo coronavírus anualmente”.

“Esse vírus vai ficar com os humanos para sempre, como a gripe, e teremos que conviver com ele”, disse.

Apesar das boas expectativas, Bancel alerta que ainda existe uma chance, de cerca de 20%, segundo ele, de que a próxima mutação do vírus possa ser mais virulento do que a Ômicron.

“Acho que tivemos sorte como mundo que o Omicron não era muito virulento, mas ainda estamos perdendo milhares de pessoas morrendo todos os dias em todo o planeta”, afirmou. “O vírus é imprevisível.”

Mas especialistas não corroboram a fala de Bancel. Segundo um alerta feito por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), no final de janeiro, “era perigoso supor que a Ômicron seria a última variante a surgir durante a pandemia ou que estamos no fim do jogo”.

“Aprender viver com a Covid não pode significar que apostamos em um vírus cuja evolução não podemos controlar ou prever”, disse ele.

Já o Geneticis Institute afirmou em seu perfil no Twitter que “não havia nenhuma teoria significativa de que o vírus que causa a Covid-19 estava sofrendo mutações para ser inerentemente menos virulento”.

A Covid-19 na Bolsa

As ações da Moderna derreteram 13% na segunda-feira (14), quando a fabricante de vacinas “passou por um declínio turbulento de mercado”, segundo a Forbes.

Isso fez com que os papéis da companhia caíssem ao seu nível mais baixo em quase um ano após “estudos fracos” em relação à eficácia da vacina, bem como uma série de vendas realizadas pelos principais executivos da empresa.

As perdas acontecem após a divulgação de uma série de documentos na sexta-feira, que mostraram que quatro executivos da Moderna, incluindo Bancel, venderam “23.281 ações combinadas por cerca de US$ 3,6 milhões na semana passada”.

Somente o CEO, Bancel, vendeu 19.000 ações por cerca de US$ 155 cada, obtendo um lucro líquido de US$ 3 milhões em receitas antes dos impostos.

Outras companhias relacionadas à pandemia também vêm passando por quedas consideráveis em seus ativos, segundo Geoff Meacham, analista do Bank of America. Segundo ele, a Pfizer, que caiu 2% no mesmo dia, “também foi pega na confusão, apesar da promessa de uma pílula antiviral depois de alertar em seu relatório de ganhos do quarto trimestre que as vendas de vacinas vão desacelerar este ano”.

Como cita a Forbes, “com os casos de Covid caindo de todos os tempos, os especialistas questionam cada vez mais se as vacinas serão um fluxo de receita sustentável nos próximos anos”.

Para agravar mais a situação, o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), divulgou um estudo na última sexta-feira afirmando que as doses de reforço da Pfizer e da Moderna tiveram suas eficácias reduzidas após cerca de quatro meses de aplicação.

Às 11h26 desta quarta-feira (16), as ações da Moderna operavam em queda de 4,66%, a R$ 76,25. A Pfizer, por sua vez, subia 0,047%, a R$ 64,00.

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