Mulher negra é apenas 3% entre líderes nas empresas
Ausência: mulheres negras formam 28% da população, mas ocupam apenas 3% dos cargos de liderança nas empresas (Imagem: Christina, wocintechchat.com /Unsplash)
Na semana que relembrou a💥️ luta das mulheres por 💥️igualdade de gênero ao redor do mundo, uma pesquisa mostra que ainda há muito caminho a se percorrer no mercado, principalmente para 💥️mulheres negras e para aquelas em outros 💥️grupos de vulnerabilidade como 💥️lésbicas e 💥️mulheres com deficiência.
Levantamento feito pela consultoria 💥️Gestão Kairós, especializada em 💥️diversidade, aponta que, entre 900 💥️líderes entrevistados (💥️nível de gerência para cima), apenas 25% são mulheres & e, entre elas, apenas 3% são negras.
“O estudo nos possibilita refletir sobre como a gente universaliza os 💥️direitos das mulheres pela 💥️mulher branca. Quando vemos que as mulheres negras são apenas 3%, vemos o abismo de direitos que temos”, diz Liliane Rocha, fundadora e CEO da Gestão Kairós.
O censo também foi aplicado entre mais de 23 mil profissionais que não ocupam cargos de 💥️liderança. Desse total, 32% são mulheres, e o número de mulheres negras aumenta para 9%, mas ainda são sub-representadas, uma vez que o Brasil é composto por 28% delas. Para mudar esse cenário, Liliane aconselha que as empresas façam um diagnóstico interno, em forma de censo, para mapear o perfil dos profissionais e depois atuar a partir das informações encontradas.
Para Camila Oliveira, coordenadora de Operações na 💥️Tenda Atacado, um dos gargalos da💥️ inserção da mulher negra no mercado está no desenvolvimento dessas profissionais dentro das organizações e na falta de mecanismos que as impulsione a alcançar 💥️cargos de liderança. “Geralmente os homens acabam tendo mais experiências profissionais porque já são dadas mais oportunidades a eles desde o início da carreira. Enquanto isso, nós, mulheres negras, em muitos casos ficamos sem vantagem competitiva, porque até mesmo a nossa conquista ao💥️ ensino superior é atrasada”, diz.
A trajetória de Camila na empresa começou há 14 anos, como auxiliar administrativa. Ao longo desse tempo, ela se inscreveu em processos seletivos internos para cargos maiores. Passou por analista e supervisora, até se tornar coordenadora. A sua trajetória mostrou, na prática, a predominância masculina em cargos de liderança no mercado.
Camila defende que uma forma de incluir mulheres negras é por meio de oferta de 💥️bolsas de estudo para funcionárias que estão na base da pirâmide empresarial.
ALÉM DE RAÇA
Outros grupos em vulnerabilidade, como mulheres transexuais, travestis, lésbicas e com deficiência, também estão sub-representados, segundo a pesquisa da Gestão Kairós. Entre as líderes, as lésbicas são menos de 1%. Elas são seguidas pelas bissexuais, que são 1,1% do censo. As mulheres com deficiência também estão em patamar muito baixo tanto entre líderes quanto não líderes & 0,6% e 0,8%, respectivamente. Entre não líderes, ainda que em número reduzido, homens com deficiência estão mais representados & 1,9%.
Os porcentuais estão distantes do retrato da sociedade brasileira e mostram também estar aquém dos esforços da 💥️Lei de Cotas, que determina uma porcentagem de contratação de pessoas com deficiência pelas empresas: de 2% a 5% do total de funcionários, a depender do tamanho da organização. Segundo o 💥️IBGE, 8,4% da população brasileira acima de dois anos possui alguma deficiência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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