Corrida ilegal do ouro avança sobre terras Yanomami na Amazônia

Amazônia

(Imagem: Pixabay)

A corrida ilegal do 💥️ouro na 💥️floresta amazônica brasileira está alimentando uma onda de destruição de terras ocupadas pelo maior grupo de povos indígenas da América do Sul que ainda vive em relativo isolamento, os 💥️Yanomami.

A supervisão frouxa e o apoio à mineração informal por parte das autoridades brasileiras estiveram por trás de um salto de 46% na degradação das terras Yanomami no ano passado, na forma de desmatamento e contaminação da água e do solo, de acordo com relatório divulgado segunda-feira.

Garimpos destruíram 3.272 hectares, com o tamanho da área dobrando desde 2018, de acordo com a última edição do relatório “Yanomami Sob Ataque”, que é preparado por grupos comunitários com apoio do Instituto Socioambiental. A presença dos garimpeiros também está introduzindo mais doenças, armas e álcool.

Os Yanomami estão enfrentando uma segunda grande corrida do ouro desde a década de 1980, com cerca de 20.000 garimpeiros ilegais dentro de uma área de floresta que se estende entre Brasil e Venezuela.

A crescente ameaça às comunidades remotas da Amazônia surge no momento em que o governo do presidente 💥️Jair Bolsonaro pretende permitir a mineração em terras indígenas em um projeto de lei que é contestado até por grandes mineradoras. Enquanto o congresso se prepara para votar o projeto, cerca de 7 mil indígenas estão acampados na capital do país em protesto.

O estudo atribui a maioria dos fatores por trás do aumento da mineração ilegal na região a escolhas políticas, incluindo um enfraquecimento da supervisão, falta de transparência e apoio do governo aos mineradores informais. Nem o Palácio do Planalto, nem o Ministério de Minas e Energia quiseram comentar.

Além dos danos ambientais, 273 comunidades sofrem com a disseminação de doenças infecciosas como malária, desnutrição, contaminação por metilmercúrio usado na mineração e sobrecarga nos sistemas de saúde. O estudo estima que mais de 16 mil pessoas sejam afetadas, ou 56% da população em terras Yanomami.

Líderes indígenas reclamam da circulação de garimpeiros fortemente armados em áreas que costumavam ser usadas para caça, pesca e agricultura. Há também relatos de aliciamento de jovens com promessas de bens e armas. A introdução de drogas e álcool também está alimentando tensões na comunidade.

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