Pré-Mercado: Qual o caminho a ser seguido no Brasil?
O desfecho do confronto entre Brasília e a Petrobras | Cães de Aluguel (1992)
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Trade do Dia
Por Nilson Marcelo, analista quantitativo de ações da Vitreo
Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade & compra dos papéis da Enauta (ENAT3)
ENAT3: [Entrada] R$ 18.07; [Alvo parcial] R$ 18.62; [Alvo] R$ 19.39; [Stop] R$ 17.19
“O preço dá sinais de ter atingido um fundo recente e começa a se recuperar, oferecendo possibilidades de ganhos no curto prazo.”
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Observações sobre a operação:
& Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.
& Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.
& Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.
& Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.
Vale lembrar que investimentos em renda variável estão sujeitos a riscos de perda.
Nilson Marcelo,
Analista quantitativo de ações da Vitreo
💥️Bom dia, pessoal!
Lá fora, depois de um bom início de semana, os mercados de ações asiáticos fecharam predominantemente em alta nesta terça-feira (28), seguindo as sinalizações positivas do Ocidente durante a noite, ainda que os investidores permaneçam cautelosos, enquanto reavaliam as perspectivas para os aumentos das taxas de juros pelos principais bancos centrais em meio à inflação persistente e uma possível recessão.
Os mercados da Ásia também foram impulsionados pela continuidade dos relaxamentos das restrições chinesas. O mesmo bom humor pode ser também verificado nas Bolsas europeias, que sobem nesta manhã, bem como nos futuros americanos. O ritmo positivo também atinge o Brasil, que voltou a superar os 100 mil pontos diante do aparente desfecho do confronto entre Brasília e a Petrobras — commodities ajudaram o índice.
A ver…
O assunto ainda é relacionado com combustíveis
Mesmo com volume fraco e perante inúmeras incertezas eleitorais, a Bolsa brasileira recuperou o patamar perdido recentemente de 100 mil pontos. Um dos motivos foi a alta das empresas de commodities, em especial a Petrobras, que surfou bem a aprovação do nome de Caio Paes de Andrade para a presidência da estatal.
Ontem, o presidente da República afirmou que a chegada de Andrade na Petrobras será acompanhada de “nova dinâmica” para os combustíveis no país (provavelmente, segurar os reajustes nos preços até o fim do ano), mas que nada será resolvido com a alteração das normas, como a lei das estatais, o que é uma sinalização muito positiva para o mercado.
Enquanto isso, está prevista para hoje a apresentação do parecer do projeto relacionado aos combustíveis no Senado pelo senador Fernando Bezerra. Ainda resta a definição de alguns pontos da proposta, no entanto, como a viabilidade do voucher aos caminhoneiros de R$ 1 mil sem ferir e lei eleitoral, que proíbe criação de benefício no ano da realização do pleito.
Sobre o tema da energia, a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara realiza audiência pública com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, sobre reajustes dos preços de combustível e de energia elétrica. Além disso, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) se reúne para discutir o ICMS sobre os combustíveis — desde ontem, os governadores já começaram a ajustar o imposto.
O aperto monetário segue na mesa de debate
Os temores de que o Federal Reserve aumentaria as taxas muito rapidamente parece estar diminuindo, embora as ações ainda se esforcem para manter os ganhos da última semana. Isso se deve à fala do presidente do Fed, Jerome Powell, que reduziu as chances de aumentos muito agressivos das taxas.
De qualquer modo, os mercados parecem precificar que o pior já passou e que o fim dos aumentos das taxas do Fed ocorrerá mais cedo, já que a economia nos EUA e em outros lugares deverá desacelerar acentuadamente no segundo semestre de 2022. Há um entendimento, por outro lado, de que ainda há mais espaço para cair.
Powell aparecerá novamente em um evento com os chefes dos bancos centrais da União Europeia e do Reino Unido na quarta-feira (29), quando mais novidades poderão ser apresentadas. Sequencialmente, na quinta-feira (30), os investidores darão uma olhada no índice de gastos de consumo pessoal, o indicador de inflação preferido do Fed.
A volatilidade no preço das commodities
Internacionalmente, os preços das commodities têm apresentado bastante volatilidade, com alguns mercados de matéria-prima aparentemente em deflação, como o de preços do algodão e de cobre. O movimento reduz a chance de um cenário de estagflação.
Ao que tudo indica, o mecanismo de preços está funcionando e, quando a demanda cai em relação à oferta, os preços também caem. É claro que as autoridades podem interferir no mecanismo de preços, principalmente por meio de impostos, mas de maneira geral parecemos caminhar para uma normalização no segundo semestre.
Anote aí!
No Brasil, aguardamos a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, bem como acompanhamos a apresentação do senador Randolfe Rodrigues do requerimento para criar uma CPI que investigue denúncias de corrupção no Ministério da Educação. Entre os dados econômicos, contamos com os dados de emprego e desemprego de maio (Caged) e com a divulgação do Relatório Mensal da Dívida de abril e maio.
Lá fora, o calendário econômico está cheio de banqueiros centrais conversando com o mercado — só a presidente do BCE, Christine Lagarde, falará duas vezes. Ainda na Europa, temos os números de confiança do consumidor alemão. Nos EUA, avaliamos o Índice de Confiança do Consumidor para junho e os dados de estoque de atacado e varejo de maio.
Muda o que na minha vida?
O S&P 500 saiu do estado de bear market, mas não é desprezível a chance de o índice voltar para ele. Aliás, no ritmo em que as coisas estão indo atualmente, esse nível pode ser violado a qualquer momento.
Desde a Segunda Guerra Mundial, o S&P 500 enfrentou 13 mercados de baixa (bear markets), dos quais dez perderam pelo menos 25% e três perderam pelo menos 40% & em 1973, 2000 e 2007. Excluindo esses três, o declínio médio do pico ao fundo foi de algo como 30%, o que colocaria o S&P 500 atualmente em torno de 3.310 pontos.
A história também mostra que o mercado tende a experimentar um “rali de alívio” de curta duração logo após cair 20%, que dura alguns meses antes de o mercado cair novamente (durante as crises de 1987 e 2023, não houve ralis de alívio). É o que podemos estar vivendo neste momento, apenas um rali de alívio.
Muito mais assustadores foram os mercados de baixa em 1973, 2000 e 2007, onde o S&P 500 despencou em média 51,4% antes de atingir o fundo. Esses movimentos foram dolorosos e longos. A partir do momento em que o índice entrou em um mercado de baixa, levou mais 258 dias, em média, antes de atingir o fundo.
Se o atual processo seguir esse caminho, um verdadeiro fundo de mercado não será alcançado até o segundo trimestre de 2023. Não entendemos este cenário como mais provável, sendo que o fundo deverá ser alcançado antes e o patamar mínimo de desvalorização deve estar mais próximo dos -30% do que dos -50%.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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