Ibovespa hoje: Depois da Super Quarta, vem a Super Quinta
Enquanto bancos centrais mundo afora, liderados pelo Federal Reserve de Jerome Powell, lutam contra a inflação, BC local decreta missão cumprida (Imagem: Kevin Dietsch/Pool via Reuters/File Photo)
O Ibovespa não resistiu ontem à pressão negativa vinda dos mercados internacionais e encerrou a sessão em queda, porém com perdas bem menores que o visto lá fora. Afinal, a última Super Quarta do ano deixou uma lição: enquanto os principais bancos centrais globais lutam contra a inflação elevada, o Comitê de Política Monetária (Copom) decretou missão cumprida.
Aliás, as decisões de juros mundo afora continuam hoje, dando o tom de uma Super Quinta. O dia começou cedo, com o BC do Japão (BoJ) atuando para proteger o iene. A resposta à primeira intervenção no mercado de câmbio japonês desde 1998 foi imediata, com o dólar saindo da faixa de 144 ienes e retrocedendo ao redor de 142.
A dúvida é se essa intervenção será capaz de mudar a dinâmica do movimento. Ao que tudo indica, não, pois há uma tendência global de fortalecimento do dólar. O problema é que à medida que o Federal Reserve decidiu ser mais agressivo no ciclo de aumento da taxa de juros, os países que não seguiram o ritmo de aperto nos Estados Unidos passaram a ter grande desvalorização cambial.
Basta ver os exemplos das moedas asiáticas, como o iene e o yuan; e europeias, como o euro e a libra. Por falar nisso, o Banco da Inglaterra (BoE) anuncia logo mais sua decisão de juros e a previsão é de um aumento de 0,50 ponto percentual (pp). Porém, não se pode descartar uma alta maior, em meio à batalha europeia para combater os preços de energia.
Vanguarda do Copom ajuda Ibovespa
E é aí que entra o BC brasileiro. Como se sabe, o Copom foi um dos primeiros bancos centrais no mundo a ajustar a taxa de juros, iniciando o ciclo de alta da Selic ainda em março de 2023, quando estava no mínimo histórico de 2%. À época, o Fed mantinha a narrativa de caráter transitório da inflação & o que não se confirmou.
Por isso, agora, o Fed e outros grandes BCs no mundo correm contra o relógio para conter as pressões inflacionárias & acumuladas desde a pandemia e potencializadas pela guerra na Ucrânia. Já o Copom apenas mantém o discurso de que seguirá vigilante. Se necessário, pode retomar o aperto do juro básico.
Essa atuação do Copom na vanguarda favorece o mercado doméstico, enquanto 💥️Wall Street parece finalmente entender a mensagem do Fed sobre as taxas de juros. Tanto que o real está entre as poucas moedas no mundo que se valorizou, ao passo que o Ibovespa sente-se menos vulnerável à turbulência externa. Portanto, o ciclo de política monetária mais avançado no Brasil em relação ao mundo torna o risco local atraente, com destaque para as ações locais.
Mas o cabo-de-guerra entre BC e inflação só termina se houver rigor com as contas públicas. Por isso, os investidores seguem atentos às eleições e esperam sinais de soluções viáveis para o 💥️crescimento econômico, com responsabilidade 💥️fiscal, seja quem for o candidato vitorioso nas urnas em outubro.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h35:
EUA: os futuros do Dow Jones subia 0,12%; o S&P 500 oscilava com +0,03%; enquanto o Nasdaq tinha leve baixa de 0,06%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,89%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,69%; a de Paris cedia 0,82% e a de Londres tinha queda de 0,33%
Câmbio: o DXY tinha alta de 0,37%, a 111.05 pontos; o euro subia 0,39%, a US$ 0,9877; a libra tinha alta de 0,55%, a US$ 1,1333; o dólar caía 0,95% ante o iene, a 142,71 ienes.
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,532%, de 3,531% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,097%, de 4,040% na sessão anterior
Commodities: o futuro do ouro tinha leve baixa de 0,02%, a US$ 1.675,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,43%, a US$ 83,30 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,35%, a US$ 90,14 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em alta de 2,01% em Dalian (China), a 709,50 yuans.
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