Eleições 2022: Debate na Globo é marcado por bate boca e ataques diretos entre candidatos

Debate da Globo Eleições

(Imagem: Ricardo Moraes/Ricardo Moraes)

Nesta quinta-feira (29), a 💥️TV Globo sediou o terceiro e último 💥️debate entre os 💥️candidatos à presidência de República nas 💥️eleições de 2022. O debate foi o último momento para que os candidatos mostrarem suas propostas já que a propaganda política também se encerrou na quinta-feira.

Primeiro bloco é marcado por bate bocas e direito de resposta

No primeiro bloco, os candidatos, em ordem previamente sorteada, escolhiam à quem gostariam de perguntar. Mas seria mais fácil ter deixado apenas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) falando.

Quando não estavam se atacando em direitos de resposta, os dois candidatos, líderes de intenção de votos nas pesquisas eleitorais divulgadas, estavam ouvindo os demais candidatos falando sobre eles.

O bloco começou com Ciro Gomes (PDT) questionando lula sobre a desigualdade social encontrada durantes os anos de governo do PT.

Lula se defendeu dizendo que eu seu governo os mais pobres tinham mais acesso. “As pessoas conseguiram, no meu governo, comprar carro novo, comprar geladeira nova. A classe média dizia que o aeroporto parecia uma rodoviária”, disse Lula lembrando que Ciro deixou seu governo contra sua vontade.

E completa: “É verdade também que banqueiros ganharam dinheiro, que grandes empresários ganharam dinheiro, que empresários do campo ganharam dinheiro”, finalizou Lula.

Na sequência, Padre Kelmon (PTB) escolheu o presidente Jair Bolsonaro (PL) para perguntar sobre sua atuação durante a pandemia. O candidato a reeleição defendeu seus feitos e iniciou uma série de ataques ao candidato Lula que deram origem à uma série de pedidos de direitos de resposta.

Lula voltou ao púlpito para responder aos ataques de Bolsonaro e atacou o presidente, que pediu e teve direito a resposta. Na resposta, Bolsonaro atacou novamente Lula, que pediu novamente e direito de resposta. Em seguida, Lula voltou ao púlpito para um novo direito de resposta e prometeu acabar com os sigilos de 100 anos decretados por Bolsonaro.

“Ele falar que montei quadrilha? Com a quadrilha da rachadinha dele que decretou sigilo de 100 anos? Falar de quadrilha comigo? É por isso que no dia 2 de outubro o povo vai mandar ele pra casa. E eu vou fazer um decreto para acabar com os sigilos de 100 anos para saber o que ele tanto quer esconder”, disse Lula nessa troca de acusações.

“Mentiroso. Ex presidiário, traidor da pátria. Que rachadinha? Teus filhos roubando milhões de empresas. Que CPI é essa, da farsa?”, afirmou Bolsonaro.

Felipe D’ávila (Novo) questionou Ciro Gomes (PDT) sobre as acusações de corrupção durante o governo do PT.

“Enquanto eles brigam, a boiada passa e o Brasil passa fome”, disse D’avila. “Os candidatos que lideram as pesquisas somam 20 anos de corrupção”, respondeu Ciro.

Jair Bolsonaro (PL) também questionou Simone Tebet (MDB) sobre problemas no governo petista. Questionou a senadora sobre o caso Celso Daniel e iniciou mais uma série de bate bocas.

Durante o embate entre Padre Kelmon (PTB) e Soraya Thronicke (União) mais uma troca de acusações.

“O senhor não tem medo de ir para o inferno?”, questionou a senadora sobre o apoio do candidato ao presidente Bolsonaro. “Você não sabe o peso de um sacerdócio”, respondeu Kelmon.

Segundo bloco tem menos ataques, mas sem propostas

O bloco começou com Felipe D’Ávila perguntando sobre cotas raciais para Lula, mas o candidato do Novo depois fugiu do tema e questionou Lula sobre corrupção em seu governo. “Como você irá assumir? Como alguém que não sabia da corrupção em seu governo?”

“De vez em quando as pessoas veem e falam com facilidade de número, sem saber o que é uma máquina pública. A lei de cotas é um pagamento de 350 anos de escravidão. (…) possibilidade de enfrentar os racismo, de o povo periférico entrar na universidade”, defendeu Lula.

Na sequência, Simone Tebet questionou Bolsonaro preservação da natureza e os dois trocaram acusações.

“O seu governo foi o que mais deixou nossos biomas e florestas serem devastados. Ao invés de proteger as florestas, seu governo protegeu e cuidou de mineradores e madeireiros. O que o senhor faria de diferente em um eventual governo?”, disse Simone.

“Já morei em Mato Grosso do Sul, eu conheço o Pantanal e lá ocasionalmente pega fogo. Esse ano não tivemos nenhum caso de queimada no Pantanal ou na Amazônia, fora os que acontecem ocasionalmente”, respondeu Bolsonaro.

Soraya e Kelmon voltaram a se confrontar e continuaram a discussão do bloco anterior. “A senhora desrespeita o valor de um sacerdote. Aquele homem que serve no altar, que traz para você Jesus Cristo na eucaristia. Mas a senhora desconhece isso. (…) É preciso valorizar e respeitar as pessoas que estão construindo o Brasil desde o início”, disse Kelmon.

Bolsonaro perguntou para D’avila sobre a relação com o congresso e Lula perguntou para Tebet sobre meio ambiente. D’Ávila cita o Orçamento Secreto no governo Bolsonaro, e o compara ao Mensalão do governos petistas. O atual presidente exalta suas nomeações de ministros, ditas por ele como “de base técnica” e não “de indicações políticas”.

O bloco terminou com Ciro Gomes e Soraya Thronicke falando sobre geração de empregos. “Minha proposta é gerar 5 milhões de empregos em 2 anos”, prometeu Ciro.

Terceiro bloco com nova rodada de perguntas com tema livre

O terceiro bloco começou com uma dobradinha entre Bolsonaro e D’ávila. Os dois candidatos atacaram os governos de esquerda e falaram sobre economia liberal e reformas.

“A previsão é o Brasil criar 3 milhões de novos empregos. Qual a sua preocupação se o governo cair na mão da esquerda?”, perguntou o presidente. “É tudo o que nós não queremos. Será mais Estado intervindo na Economia (…). Temos que aproveitar e avançar na Reforma Trabalhista. Precisamos avançar na Reforma Tributária”, respondeu D’avila.

Na sequência, mais um bate boca, dessa vez entre os candidatos Kelmon e Lula. O candidato do PTB questionou o petista sobre os casos de corrupção durante seu governo, que em sua resposta questionou os interesses do candidato no debate.

O mediador de debate, o jornalista Wiliam Bonner, teve que interromper algumas vezes para reestabelecer a ordem nesse momento.

Depois, Felipe D’avila e Simone Tebet tiveram a vez de debater e escolherem o tema privatizações. O candidato do Novo afirma que deseja privatizar grandes estatais “antros de corrupção, principalmente do PT”.

Tebet alega que há divergências entre as propostas do Novo, e crê em parceria dos governos com a iniciativa privada.

Ciro Gomes questiona Bolsonaro. “O senhor teve uma oportunidade de ouro de moralizar esse país, e tirar essa corrupção generalizada”. “O Brasil está sendo um exemplo de recuperação econômica”, respondeu Bolsonaro.

Lula pergunta a Ciro sobre Cultura. “A Cultura efetivamente foi desmontada pela pandemia nesse governo. Quais suas propostas para retomar o setor de Cultura desse país?”

Ciro prometeu rever as leis de fomento à Cultura, como a Lei Rouanet, e afirma que irá recriar o Ministério da Cultura.

Por fim, Soraya pergunta a Padre Kelmon sobre Educação e depois responde as perguntas de Simone Tebet.

“Escola é lugar de aprender matemática, português, e não de sexualizar as crianças”, disse Kelmon.

“Enquanto gente se lambuza no leite condensado, as nossas crianças comem bolacha seca com suquinho em pó. Hoje 240 mil crianças estão fora da escola. Nós tivemos 5 ministros da Educação, e um foi preso”, atacou Soraya.

Apesar de tema sorteado, último bloco tem perguntas e respostas diversas

O bloco começou com Soraya questionando Bolsonaro sobre golpe de estado quando o tema sorteado era segurança pública. Bolsonaro respondeu sobre corrupção e Soraya fez a réplica perguntando sobre a vacinação do próprio candidato a reeleição.

A segunda a perguntar foi Simone Tebet, que escolheu Lula para falar sobre gastos públicos. Simone pergunta como Lula irá solucionar os problemas das estatais que, segundo ela, “dão um prejuízo de R$ 10 bilhões de reais por ano aos cofres públicos”.

Lula promete fortalecer a Caixa Econômica Federal e o BNDES. O petista também relembrou a retomada econômica que seu governo teve no primeiro mandato.

Depois, Bolsonaro e Kelmon falam sobre propostas para a Cultura. Kelmon critica o uso da Lei Rouanet pelos governos petistas. Bolsonaro concorda e exalta a atuação do ex-ator Mário Frias na Secretaria Especial da Cultura.

Ciro e Soraya falam sobre privatizações. A candidata do União Brasil afirma não pretende privatizar a Petrobras, e critica a falta de transparência das estatais no governo Bolsonaro. Na réplica, Ciro diz que deseja privatizar o Banco Central, além de estudar a finalidade e funcionamento de cada estatal.

No final, Tebet e D’avila falaram sobre saúde e depois o candidato do Novo falou com o candidato Kelmon sobre habitação. O candidato do PTB celebra o programa Casa Verde Amarela, criado pelo governo Bolsonaro. Felipe D’Ávila cobra mais transparência e pede a descentralização dos orçamentos sobre moradia, tirando do governo federal e dando mais autonomia aos estados.

No final, Lula e Ciro Gomes debateram sobre o tema de preservação do meio ambiente e agricultura.

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