3T22: Nova temporada de resultados se aproxima; saiba o que esperar

Como as grandes economias estão em momento de estagnação ou crescimento lento, os balanços das empresas brasileiras, em especial, de exportadoras, devem refletir esse cenário (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

Uma nova leva de 💥️resultados corporativos começará daqui a uma semana no Brasil, com 💥️Sinqia (💥️SQIA3) abrindo a temporada.

Após um trimestre mais fraco que as projeções em termos de lucro para as empresas brasileiras (segundo o BTG Pactual, excluindo 💥️Petrobras [💥️PETR4] e 💥️Vale [💥️VALE3], o resultado no segundo trimestre do ano foi 5,4% menor que o esperado), analistas do mercado acreditam que os balanços devem mostrar o contraste entre a economia local e o exterior.

Régis Chinchila e Luis Novaes, da equipe de análise da Terra Investimentos, destacam que o Brasil vive um momento distinto do que se vê nas economias de fora.

“Portanto, é esperado que os resultados das empresas demonstrem esse contraste, com uma possível demonstração da retração da demanda mundial, enquanto algumas empresas no Brasil comecem a apresentar sinais mais claros de recuperação”, avaliam os analistas.

Chinchila e Novaes afirmam que o primeiro reflexo a ser notado é a queda de custos e despesas, em linha com o freio na inflação ao longo dos últimos meses. Com custos e despesas menores, alguns setores da economia podem apresentar uma recuperação de margens, dizem.

Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter Research, lembra que os resultados trazem o que já foi observado pelas empresas no trimestre. Como os dados de atividade econômica local dos últimos meses mostram uma recuperação acima do esperado, pode-se esperar que empresas voltadas ao mercado doméstico sinalizem uma recuperação em maior velocidade do que as exportadoras.

“Estamos apostando nossas fichas nas empresas voltadas para o mercado doméstico. Sofreram muito com o avanço da taxa de juros, o que compromete o poder de consumo da população. Agora, a gente vê um arrefecimento, mesmo que mais leve, dessas pressões [inflacionárias]”, explica. 

Inversão de papéis

No início do segundo semestre, a Bolsa brasileira começou a virar, com investidores cada vez mais atentos às ações penalizadas nos últimos 12 meses (ativos locais, especialmente) e reduzindo exposição a grandes exportadoras.

A inversão dos papéis se deve à mudança no cenário macroeconômico brasileiro, na linha de que o Banco Central “se adiantou” em relação aos demais países no ciclo de elevação dos juros.

Com o Banco Central dando fim ao aperto monetário em sua última reunião, realizada em setembro, o otimismo sobre os ativos locais foi renovado.

Ao mesmo tempo, a deterioração do cenário global amplia temores quanto a uma potencial recessão no mundo. Com a inflação crescente nas principais economias, principalmente nos Estados Unidos, parte relevante dos mercados entende que os bancos centrais devem manter uma postura agressiva (se não, ✅mais agressiva) sobre os juros por um tempo.

Segundo os analistas da Terra, como o cenário brasileiro melhorou e o internacional piorou, essa dinâmica deve ser observada nos resultados corporativos também.

“💥️Construção, 💥️varejo, 💥️logística e outros setores cíclicos devem estar na ponta positiva, enquanto os setores com exposição ao mercado externo devem registrar resultados conforme o cenário ruim internacionalmente”, avaliam Chinchila e Novaes.

Exportadoras mais fracas

A Terra afirma que, como as grandes economias estão em momento de estagnação ou crescimento lento, os balanços das empresas brasileiras devem refletir esse cenário.

“Em alguns setores essa perspectiva é certa, como o de mineração. Durante todo o intervalo desses três meses, o 💥️minério de ferro só caiu, portanto, o mercado não espera muito do setor”, comentam Chinchila e Novaes.

Joubert, do Inter, diz, em análise generalizada, que as receitas das exportadoras devem sentir impacto negativo com preços mais baixos de 💥️commodities. Além disso, os custos devem continuar pesando nos resultados, uma vez que a queda nos preços das commodities é repassada mais para frente, e não agora.

A exceção deve ser o setor de 💥️óleo e gás, que, de acordo com Joubert, apresentará mais um trimestre forte com o apoio de preços de 💥️petróleo ainda fortes (na casa dos US$ 90 o barril) e cenário apertado entre oferta e demanda, apesar da desaceleração global.

3T22 é ponto inicial para o crescimento das companhias nos próximos anos (Imagem: Pixabay/athree23)

Recuperação do varejo

No caso do setor de varejo e 💥️consumo, analistas estão mais otimistas com a entrega das empresas, que devem apresentar em seus balanços um cenário macro de mais alívio.

De acordo com a Terra, o terceiro trimestre é visto no mercado como um ponto inicial para o crescimento das companhias nos próximos anos.

“As ações do varejo se valorizam bastante porque caíram muito desde o auge da pandemia. Os principais fatores para se projetar um bom trimestre para essas empresas estão na deflação, que permitiria maior poder aquisitivo pela população, e benefícios do governo ampliados nesse espaço de tempo”, lembra a dupla de analistas da corretora.

Joubert ressalta que, embora o mercado esteja esperando reflexos de um cenário macro mais favorável, as empresas de 💥️e-commerce não devem necessariamente reportar bons resultados.

“A percepção que a gente teve conversando com algumas empresas é de que o Auxílio Brasil não foi usado para bens, mas para auxílio de dívidas, renegociação, comida”, esclarece.

O Inter acredita que, dentre os segmentos que compõem a indústria varejista, o setor de vestuário deve reportar bons resultados.

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