Petrobras (PETR4): Jean Prates para CEO reacende temor de ingerência e pode provocar fuga de investidores, diz sócio de gestora

O relator da proposta, Jean Paul Prates (à dir.), apresentou substitutivo ao texto de Otto Alencar

Prates exerce a função no Senado desde 2023, como suplente em exercício da titular da chapa, Fátima Bezerra

Passada uma semana da eleição do presidente 💥️Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possíveis candidatos para assumir ministério e estatais ganham força. Um deles é o senador petista 💥️Jean Paul Prates, 💥️nome cotado para assumir o cargo de CEO da 💥️Petrobras (💥️PETR4). Prates foi um dos conselheiros do ex-presidente na campanha.

De acordo com Felipe Moura, sócio e analista de investimentos da Finacap, gestora com mais de 20 de estrada e com R$ 1 bilhão sob gestão, o nome terá resistência dos 💥️investidores.

“Eu vejo com certo ceticismo porque é um nome político, é um senador. O mercado espera um nome mais técnico”, discorre.

O analista lembra que desde a gestão de 💥️Michael Temer (2016-2018), a estatal contou com nomes técnicos, como 💥️Pedro Parente, 💥️Roberto Castello Branco e mesmo o 💥️general Luna e Silva, que trabalhou na usina de Itaipu.

“A indicação reacende nos investidores temores do passado de usar a estatal como capital político para financiar cargos, tudo isso acaba afugentando os investidores”, afirma.

Quem é Jean Paul Prates?

Prates exerce a função no 💥️Senado desde 2023, como suplente em exercício da titular da chapa, Fátima Bezerra.

O senador já integrou a antiga Petrobras Internacional (Braspetro), nos anos 1980, e participou da elaboração da 💥️Lei Petróleo, em 1997.

Sobre a 💥️Petrobras, o político já se declarou contrário a distribuição de 💥️dividendos. Em março, 💥️pediu explicações à estatal, que na época era presidida por Luna e Silva, após aprovar proventos.

“Essa política de distribuição de lucros, que aparenta em muito exceder a obrigação legal de distribuir 25% do lucro apurado, suscita questionamentos por parte da sociedade civil em justa cautela, sendo o povo brasileiro acionista majoritário da empresa”, disse.

À Bloomberg, 💥️o senador declarou que a atual política da Petrobras de vender ativos e distribuir dinheiro para os investidores faz com que a empresa esteja “caminhando para o precipício”, pois limita os gastos a um grupo de campos de águas profundas que em algum momento entrarão em declínio.

Em 30 anos, ele espera que a empresa invista tanto em 💥️energia limpa quanto investe em 💥️combustíveis fósseis.

Chance de ser aprovado

A indicação deve enfrentar algumas barreiras no estatuto da 💥️Petrobras, que veda a indicação de pessoa que atuou, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura decisória de partido político.

O estatuto proíbe também a indicação de dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente federativo, ainda que licenciado, e de pessoa que atuou, nos últimos 36 meses, em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral.

Dividendos da Petrobras devem rarear

Na visão de Felipe Moura, os 💥️dividendos não devem sumir do dia para noite.

“Ainda temos um cenário muito favorável para petróleo lá fora. Teremos diminuição dos dividendos a partir do próximo ano, mas será gradual. O dinheiro que ia para o acionista vai virar capex, investimento para refinarias e energia renováveis”, completa.

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