Centrão ameaça colocar na PEC de transição regra que obriga Lula a pagar orçamento secreto
PEC da Transição foi entregue na quarta-feira (16) pela equipe de transição de governo, comandada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (Imagem: Ag. Senado/ Roque de Sá)
O 💥️Centrão ameaça embutir na Proposta de Emenda à Constituição (💥️PEC) 💥️da Transição uma regra que obrigaria o governo do presidente eleito Luiz Inácio 💥️Lula da Silva pagar as emendas do Orçamento secreto nos próximos anos.
A proposta foi colocada na mesa como resposta à investida do 💥️PT de retirar o programa 💥️Bolsa Família do 💥️teto de gastos de modo permanente e dar a Lula uma licença de R$ 200 bilhões em gastos extras logo no início do mandato.
Hoje, o deputado tem controle sobre as emendas do Orçamento Secreto & esquema revelado pelo Estadão que consiste na transferência de verba a parlamentares sem critérios de transferência em troca de apoio político & e não quer perder o poder no novo governo, de acordo com aliados.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu a inclusão da chamada “impositividade” das emendas do orçamento secreto na PEC. Atualmente, os recursos são liberados conforme a indicação de deputados e senadores e pagos pelo governo do presidente Jair 💥️Bolsonaro em troca de apoio político no 💥️Congresso.
Tornar os repasses impositivos manteria a negociação política, mas reduziria o controle do Executivo. Dessa forma, as emendas teriam uma blindagem maior e seriam executadas no montante determinado pelo Congresso. Neste ano, houve uma tentativa de aprovar uma proposta semelhante na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas o Legislativo recuou.
A cúpula da Câmara tem maior interesse em aprovar a impositividade das emendas e estuda embutir essa regra na PEC da transição. “Seria bom”, disse Barros ao Estadão.
Os líderes governistas não querem dar a Lula uma licença permanente para gastar e defendem apenas um gasto extra transitório, limitado a R$ 80 bilhões em 2023 para viabilizar o Bolsa Família de R$ 600 e o reajuste real do salário mínimo.
A inclusão da medida na PEC ainda não é consenso e está pendente de negociação. A regra é colocada como uma estratégia para forçar o governo Lula a negociar a aprovação da medida. A aprovação precisa ser feita em um mês, antes da votação do Orçamento de 2023. “É ingenuidade pensar que a PEC vai ser aprovada sem ter diálogo com todo mundo. Vai ser preciso muito diálogo e paciência”, disse o deputado Danilo Forte (União-CE), aliado de Lira.
O futuro governo quer garantir um controle maior das despesas federais e resiste à ideia de tornar as emendas secretas impositivas, mesmo admitindo a manutenção dos recursos e dando transparência às indicações feitas pelos parlamentares.
O senador eleito Wellington Dias (PT-PI), escalado por Lula para negociar a PEC e o Orçamento, afirmou ao Estadão que é preciso separar as duas coisas, conforme o interesse do novo presidente: aprovar PEC com o Bolsa Família fora do teto e discutir o futuro do orçamento secreto por meio de uma resolução do Congresso.
“Nossa proposta original é colocar os pobres no Orçamento fora do teto, mas abertos ao diálogo”, disse o senador eleito. “Não podemos é ficar atrás de argumentos para negar a quem mais precisa políticas permanentes e sem esta tensão a cada ano: mantém ou não mantém o Bolsa Família?”
A equipe de transição negocia com o Senado a elaboração de um projeto de resolução alterando a dinâmica de indicação das emendas secretas. A proposta teria de ser aprovada também pela Câmara. Para 2023, estão reservados R$ 19,4 bilhões. Pelas regras atuais, os valores vão crescer nos próximos anos, conforme a inflação, e os parlamentares têm poder de escolar a destinação final do recurso. Além disso, há brecha para os verdadeiros padrinhos das emendas permanecerem ocultos.
“Como sou senador para próximo mandato, também acompanho e estamos bem próximos de entendimento”, disse Wellington Dias, ao falar da proposta de mudar as regras do orçamento secreto em um projeto separado da PEC. “A proposta é dar solução com apoio das duas casas para regras semelhantes às emendas individuais e de comissões, já praticadas e sob o controle e prioridades do Poder Executivo.”
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