Dólar: 3 pontos que são ‘calcanhar de Aquiles’ para moeda até posse de Lula

Dólar

Dólar passa por forte volatilidade nos últimos dias em meio às incertezas do mercado financeiro com as definições do governo de transição (Imagem: Pixabay)

O 💥️dólar à vista tem reagido a cada passo dado pela 💥️equipe de transição do governo eleito, Luiz Inácio 💥️Lula da Silva. De um lado, a especulação de nomes que irão compor a equipe econômica, sobretudo, quem assumirá o 💥️Ministério da Fazenda & que deve retornar no terceiro governo de 💥️Lula. Do outro, as declarações do presidente eleito que têm deixado o 💥️mercado financeiro bastante sensível.

Na semana passada, a moeda norte-americana passou dos R$ 5,50, cotação que analistas estimaram para caso Lula fosse eleito em 30 de outubro & e o que não acabou acontecendo com a vitória do petista nas urnas. Ao contrário das previsões, o 💥️dólar caiu quase 5% na semana pós-segundo turno, com “gringos puxando” o movimento de queda, comenta o sócio-analista da 💥️Ajax Asset, Rafael Passos.

“O mercado antecipou e comprou muito cedo um Lula de 2002. São movimentos”, comenta. Porém, para ele, três questões têm “puxado” o dólar para cima.

Dólar das incertezas

Passada a euforia com a eleição de Lula, que resultou em uma forte entrada de investidores estrangeiros na💥️ bolsa brasileira, o mercado passou a precificar os nomes especulados para assumir, principalmente, a Pasta da Economia (ou o Ministério da Fazenda).

Passos comenta que o mercado “comprou” as notícias de que 💥️Henrique Meirelles & ex-presidente do 💥️Banco Central nos governos de Lula e ex-ministro da Fazenda de 💥️Michel Temer -, poderia ser o ministro à frente da equipe econômica.

“Sendo meio que porta-voz de assuntos econômicos, além de acenar apoio à Lula no segundo turno das eleições, Meirelles deu sinais de que poderia carregar a Fazenda”, diz Passos.

Porém, bastou o nome do ex-prefeito de 💥️São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando 💥️Haddad, circular como possível novo ministro da Fazenda para chegar ao fim a lua-de-mel do mercado com Lula.

Ministro técnico ou político?

Passos observa que, à medida que os nomes da equipe de transição foram sendo divulgados pelo vice-presidente eleito, 💥️Geraldo Alckmin, investidores entenderam que um nome político deverá assumir a Fazenda.

“Não acho que um nome político seja o caos, o fim do mundo. O Lula pode até colocar um político à frente da Fazenda, mas tem de ter uma equipe mais técnica. Isso é positivo”, diz.

Ele acrescenta que, pelos nomes da equipe, Alckmin parece “estar sem força” dentro do novo governo. “Além da minuta da 💥️PEC da Transição apresentada”, destaca.

Calcanhar de Aquiles

A economista-chefe da 💥️Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, reforça que investidores estão ponderando o 💥️risco fiscal, diante as declarações de Lula sobre o 💥️teto de gastos e após Alckmin entregar ao Senado a minuta da PEC de Transição.

“Esse assunto é o calcanhar de Aquiles do nosso país”, pondera. Segundo ela, a abertura da curva de juros nos últimos dias é o mercado precificando, eventualmente, uma pequena alta da 💥️taxa Selic em 2023 & algo já contemplado no relatório Focus desta segunda-feira.

Portanto, a queda viria apenas em 2024, deixando os juros elevados por um período prolongado, diz. “Nesses momentos, o 💥️investidor busca refúgio no dólar”, completa.

Fura o teto, fura os R$ 5,50

Passos, da Ajax, destaca que o teto de gastos é o terceiro ponto de atenção dos investidores. Tanto que, uma projeção de gastos públicos “muito mais forte” no governo Lula, fez o mercado “voltar para a realidade” e parar de “tomar” risco. “Com a falta de previsibilidade de curto prazo, o investidor está se defendendo”, avalia.

Abdelmalack pondera que a PEC da Transição, na qual prevê quase R$ 200 bilhões fora do teto de gastos, deve esbarrar no 💥️Congresso, podendo passar por um enxugamento. Seja estabelecendo um limite temporal para o gasto fora do Teto, seja revisitando o valor que está sendo proposto.

“É a esperança. O mercado se agarrou nessa possibilidade de que não será um cenário tão ruim assim”, reforça a economista, pontuando que, em meio à possibilidade de um muro no Congresso, o dólar voltou para os níveis de R$ 5,30.

E o dólar até Lula tomar posse?

“O dólar tem oscilado em cima desses assuntos. Enquanto não houver clareza do desenho que a PEC vai tomar dentro do Congresso, esse assunto vai trazer bastante oscilação para os ativos domésticos”, reforça a economista da Veedha.

O analista da Ajax acrescenta que haverá forte volatilidade até o fim da transição de governo. “Porque o mercado quer previsibilidade. E não está tendo”, diz.

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