Dólar (USDBLR) fecha sessão volátil em leve alta com PEC da Transição, Lei das Estatais e Fed no radar
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,11%, a 5,3150 reais na venda, após oscilar entre 5,3490 (Imagem: REUTERS/Gary Cameron)
O 💥️dólar (💥️USDBLR) teve leve alta frente ao real nesta quinta-feira, após sessão de grande amplitude e volatilidade em meio a aparentes entraves na tramitação da PEC da Transição, enquanto investidores continuavam repercutindo sinais mistos do comunicado de política monetária do 💥️Federal Reserve.
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,11%, a 5,3150 reais na venda, após oscilar entre 5,3490 (+0,75%) e 5,2814 reais (-0,53%) ao longo do pregão.
Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, notou forte volatilidade do dólar, o que atribuiu às incertezas sobre a tramitação da 💥️PEC da Transição na Câmara dos Deputados.
“A PEC parece que está a cada dia mais emperrada; o governo futuro governo está tendo que se desmembrar e está tendo alguma dificuldade nessa articulação”, disse.
“Lembrando que na próxima semana começa o recesso parlamentar, então isso provavelmente vai para a próxima legislatura, e na próxima legislatura a base do governo eleito é muito mais frágil do que na legislatura atual.”
Parlamentares do PT iniciaram uma pressão mais incisiva para que a Câmara dos Deputados vote ainda nesta quinta-feira a PEC da Transição, afirmando que se não for analisada nesta tarde, não haverá mais Proposta de Emenda à Constituição, e cobram pelos votos prometidos para sua aprovação.
Oficialmente, o Congresso entra em recesso no dia 22 de dezembro, quinta-feira da semana que vem.
A PEC da Transição busca permitir o pagamento do Bolsa Família no valor de 600 reais, entre outros pontos, por meio da ampliação do teto de gastos em 145 bilhões de reais.
O valor é visto como alto demais por boa parte dos agentes do mercado, que têm se prendido a esperanças de que o governo eleito possa ser forçado a moderar seus termos durante as negociações na Câmara.
Alguns investidores citaram, ainda, a percepção de que mudanças na Lei das Estatais que viabilizariam a indicação do petista Aloizio Mercadante para chefiar o BNDES encontravam dificuldades no Senado como fator de apoio para os ativos brasileiros nesta sessão, em meio a um cenário externo mais arisco.
No exterior, o dólar avançava frente à grande maioria das divisas emergentes ou ligadas às commodities, bem como contra pares de países desenvolvidos (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustración/Archivo)
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avaliou que não há consenso para levar temas controversos como o projeto que altera a Lei das Estatais diretamente ao plenário da Casa, razão pela qual ele pode ser encaminhado para uma análise prévia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
No exterior, o dólar avançava frente à grande maioria das divisas emergentes ou ligadas às commodities, bem como contra pares de países desenvolvidos, em pregão também marcado por instabilidade, conforme investidores tentavam digerir sinais mistos do banco central dos Estados Unidos.
O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou na véspera que dados de inflação de outubro e novembro mostraram uma redução bem-vinda no ritmo dos aumentos de preços, mas que serão necessárias mais evidências para dar confiança de que a inflação está em uma trajetória descendente sustentada.
Seus comentários vieram depois que o Fed elevou sua taxa de juros em 0,50 ponto percentual, desacelerando o ritmo de aperto após subir os custos dos empréstimos em 0,75 ponto em cada uma de suas três reuniões anteriores.
“O discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, deu sinais divergentes”, disse a Genial Investimentos em nota a clientes.
“De um lado, validou a ‘dureza’ do comunicado ao repetir que ainda falta muito a fazer na política monetária… e que o banco central terá de manter juros em nível restritivo por um período prolongado. Ao mesmo tempo, indicou que as condições do mercado de trabalho começam a abrandar, que a autoridade monetária está chegando perto de uma taxa de juros suficientemente restritiva e que espera quedas significativas na inflação e no núcleo em 2023.”
Segundo Velloni, da Frente, o discurso de Powell foi “muito mais um blefe para tirar um pouco da euforia do mercado sobre a taxa de juros”. Segundo ele, os custos dos empréstimos “terão no próximo ano, talvez, um viés de baixa, visto que muitos segmentos sensíveis a juros aqui nos Estados Unidos já estão sofrendo bastante”.
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