Carreira: Dinheiro é o que importa para bons profissionais, no fim das contas
“A última onda de demissão nas startups e gigantes de tecnologia aumentou a insegurança das pessoas e reforçou esse sentimento de que é necessário fazer dinheiro e assegurar o emprego’, explica Tatiana Sendin, uma das autoras da pesquisa (Imagem: Shutterstock/askarim)
Propósito, carreira, desenvolvimento? Esqueça tudo isso. O principal motivo para as pessoas permanecerem em seu emprego é 💥️dinheiro. Essa é também a 💥️razão número 1 que as fariam pedir💥️ demissão: 30% sairiam da empresa atual por uma proposta com melhor remuneração. A descoberta vem da pesquisa 💥️Momento Profissional, realizada pela 💥️Think Work com apoio do 💥️Money Times.
O 💥️salário aparece ainda entre os 💥️três principais fatores que💥️ atraíram os funcionários para trabalhar onde estão, à frente de coisas como: compartilhar os mesmos valores da companhia, bom clima organizacional e satisfação com o que faz.
Globalmente, com inflação e juros altos, executivos buscam formas de preservar o caixa e reduzir custos – o que, para os funcionários, significa contratações congeladas ou cortes. A última onda de demissão nas startups e gigantes de tecnologia aumentou a insegurança das pessoas e reforçou esse sentimento de que é necessário 💥️fazer dinheiro e assegurar o emprego.
Bons salários e Geração Z: tudo a ver
Contudo, além do medo da crise, podemos estar vendo uma 💥️mudança de perfil geracional. Os representantes da 💥️geração Z (os que têm de 15 a 25 anos) se sentiriam menos seguros financeiramente do que os millennials, a geração anterior, segundo um levantamento da Deloitte.
A consultoria revela que os mais jovens se preocupam com o custo de vida (29%) e com o desemprego (20%). Para ajudar nas finanças pessoais, 43% dos Zs (contra 33% dos millennials) têm ou planejam ter um segundo emprego.
“O que hoje motiva as pessoas – 💥️dinheiro e estabilidade – é insuficiente para gerar os laços profundos que as companhias buscam”, observa Sendin (Imagem: Pixabay/ luxstorm)
Fica mais fácil de executar essa ideia com o💥️ trabalho remoto. Nos Estados Unidos, a quantidade de funcionários que têm atuado em dois empregos ao mesmo tempo cresceu tanto que ganhou um termo: “💥️multi-jobbers”.
Além da incerteza com as finanças pessoais e o emprego, a segunda leitura sobre a importância dada ao salário é mais profunda e está ligada à 💥️lei de esforço e recompensa – um conceito criado no início dos anos 1990 por 💥️Johannes Siegrist, professor do departamento de sociologia médica e diretor da Universidade de Dusseldorf, na Alemanha, e aplicado até hoje internacionalmente.
Na sociedade moderna, a pressão e a competição no trabalho são maiores (mais esforço), ao mesmo tempo em que a segurança e a remuneração têm caído gradativamente (menos recompensa). Essa 💥️falta de reciprocidade entre o esforço aplicado e o retorno recebido – que inclui dinheiro, promoção, estabilidade e consideração – teria levado os profissionais a buscarem um melhor equilíbrio nessa relação, dando mais peso ao salário, como mostra a pesquisa da 💥️Think Work.
O achado está em linha com um estudo do Gartner, que descobriu que menos de um terço dos funcionários consideram estar recebendo um salário justo.
Carreira: Falta equilíbrio entre esforço e recompensa
É como se as pessoas tivessem percebido que, por mais que se esforcem, passem horas conectadas no zoom e estiquem o expediente para tentar dar conta da lista de tarefas, nunca será o suficiente para a organização – que continuará exigindo mais dedicação, mais horas, mais comprometimento. No primeiro sinal de crise, pessoas serão demitidas e benefícios cortados, tornando as condições ainda piores.
Essa deterioração do ambiente de trabalho – ou, como defende Siegrist, o desequilíbrio entre esforço e recompensa – tem levado ao crescimento de casos de 💥️doenças emocionais. Depressão já está entre os três principais problemas de saúde no trabalho, com depressão e ansiedade juntas sendo responsáveis por 50% das doenças ocupacionais. No Reino Unido, 13% do absenteísmo por doença está diretamente ligado à saúde mental.
Na 💥️pesquisa Momento Profissional, 30% dos respondentes afirmam que sairiam da empresa atual por💥️ falta de qualidade de vida – o mesmo peso dado ao salário. Deixar o emprego por saúde e dinheiro, hoje, aparece à frente de itens como “pouca possibilidade de carreira” ou “problemas de relacionamento com os gestores” – tradicionalmente os principais motivos que levavam ao pedido de demissão.
Para as organizações, é uma equação difícil de resolver. Com uma possível crise pela frente, elas não podem aumentar os salários. Ao mesmo tempo, precisam melhorar os💥️ índices de retenção, produtividade, motivação e engajamento. Mas o que hoje motiva as pessoas – 💥️dinheiro e estabilidade – é insuficiente para gerar os laços profundos que as companhias buscam.
As relações de trabalho estão mudando. E a conexão entre empregados e empregadores está cada vez mais 💥️superficial. Não à toa, mais de dois quintos (44%) dos funcionários pretendem mudar de emprego nos próximos dois anos. Apesar de 57% dos 200 participantes da pesquisa se considerarem felizes no serviço na maior parte do tempo ou todos os dias, 💥️77% estão ativamente procurando outro emprego ou abertos a receber contatos de recrutadores.
✅💥️Tatiana Sendin é fundadora e CEO da Think Work. Jornalista especializada em negócios e recursos humanos, nos últimos 20 anos, tem escrito sobre carreira, mercado de trabalho, gestão de pessoas, empreendedorismo e tecnologia.
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