Efeito Rial? Santander (SANB11) cai 3% e é destaque negativo entre bancões; melhor fugir?
Ações do Santander recuam nesta segunda-feira (23) e são destaque negativo do setor bancário no pregão (Imagem: REUTERS/Kacper Pempel)
A notícia de que 💥️Sergio Rial renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração do 💥️Santander Brasil (💥️SANB11) pegou o mercado de surpresa, mas não desagrada analistas.
Na última sexta-feira (20), o banco anunciou em fato relevante que Rial apresentou sua renúncia ao cargo de membro do conselho de administração e de membro dos comitês de assessoramento do conselho que até então integrava.
O Santander informou que Deborah Stern Vieitas, vice-presidente do conselho de administração da instituição, assumirá as funções de Rial até a data da próxima assembleia geral ordinária da companhia, agendada para 28 de abril de 2023.
Na avaliação da 💥️XP Investimentos, embora inesperada, a renúncia de Rial é um movimento “coerente” com o momento atual, referindo-se à saída do executivo da diretoria da 💥️Americanas (💥️AMER3) diante da descoberta de inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões.
A corretora também cita a potencial exposição do Santander à Americanas, que deve entrar em um período de negociação com os seus credores.
Para a 💥️Genial Investimentos, a saída de Rial do Santander não deve impactar a gestão da empresa, mas pode levantar dúvidas no mercado sobre o tamanho da dívida da Americanas junto ao banco.
Emanuel Pessoa, advogado especializado em Governança Corporativa e Direito Empresarial, por mais que reconheça o trabalho feito à frente do Santander, diz que Rial “foi tarde”.
De acordo com o advogado, o conflito de interesses era evidente por conta da posição do banco como um dos credores da Americanas.
“Em qualquer hipótese, Rial se tornou um exemplo perfeito e acabado de conflito de interesses em governança corporativa, já que uma dívida bilionária tem impacto real e efetivo em ambas as empresas, sendo insuficiente a sua abstenção”, afirma.
Dia ruim para ações
Apesar da análise relativamente positiva de especialistas, as ações do Santander recuam nesta segunda-feira (23) e são destaque negativo do setor bancário no pregão.
Por volta das 12h10, o banco perdia 3,19%, cotado a R$ 28,23. Na mínima do dia até o momento, chegou a cair 3,63%.
Pesa sobre o ativo o corte de recomendação do 💥️Credit Suisse, que rebaixou a recomendação do Santander de “neutro” para “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente à venda), na expectativa de um cenário operacional mais desafiador, além de um ✅valuation pouco atrativo.
De acordo com o o Credit Suisse, o Santander é negociado a 9 vezes P/L (preço sobre lucro) e 1,23 vez P/VP (preço sobre valor patrimonial), “o que não achamos consistente com o cenário de baixa lucratividade”.
O Credit Suisse cortou suas estimativas de lucro líquido em 33% para 2023, a R$ 12,3 bilhões, considerando maiores provisões e menor NII (margem financeira líquida) do mercado.
Em relação aos resultados do quarto trimestre de 2022, analistas esperam mais um conjunto de números fracos, com ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) atingindo 11% devido a NII estável e maiores provisões.
O Credit Suisse cortou o preço-alvo da ação de R$ 35 para R$ 31, o que implica um potencial de valorização limitado de 6%.
Além do Santander, 💥️Bradesco (💥️BBDC4) tem recomendação de “underperform” pelo banco suíço. As estimativas de lucro líquido também foram cortadas para a instituição, com analistas passando a prever R$ 23 bilhões em 2023.
💥️Itaú (💥️ITUB4) e 💥️Banco do Brasil (💥️BBAS3) continuam sendo as ações de preferência.
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