Sobrevoo repentino de asteroide pela Terra mostra ponto cego em detecção de ameaças
A descoberta de um asteroide poucos dias antes de ele passar perto da Terra, destacou um ponto cego em nossa capacidade de prever danos (Imagem: Unsplash/NASA)
A descoberta de um asteroide do tamanho de um pequeno caminhão poucos dias antes de ele passar perto da 💥️Terra na quinta-feira, embora não tenha representado ameaça aos seres humanos, destacou um ponto cego em nossa capacidade de prever aqueles que realmente poderão causar danos, dizem astrônomos.
Há anos a agência especial norte-americana, Nasa, tem priorizado a detecção de asteroides muito maiores e mais ameaçadores do que o 2023 BU, a pequena rocha espacial que passou a 3.500 quilômetros da superfície da 💥️Terra, mais perto do que alguns satélites.
Se estivesse em direção à 💥️Terra, o asteroide teria sido pulverizado na atmosfera, com apenas pequenos fragmentos possivelmente atingindo o solo.
Mas o 2023 BU está na extremidade menor de um grupo grande, o dos asteroides de 5 a 50 metros de diâmetro, que também inclui aqueles tão grandes quanto uma piscina olímpica. Objetos desse tamanho são difíceis de detectar até que estejam muito mais perto da 💥️Terra, complicando qualquer esforço de preparação para um que possa impactar uma área povoada.
A probabilidade de um impacto na Terra por uma rocha espacial, chamada de meteoro quando ela entra na atmosfera, nessa faixa de tamanho é bastante baixa, escalando de acordo com o tamanho do asteroide: estima-se que uma rocha de 5 metros atinja a 💥️Terra uma vez por ano, e uma rocha de 50 metros, uma vez a cada mil anos, de acordo com a Nasa.
Mas com as capacidades atuais, os astrônomos não conseguem ver quando uma rocha desse tipo atinge a 💥️Terra até dias antes de acontecer.
“Não sabemos onde está a maioria dos asteroides que podem causar devastação local a regional”, disse Terik Daly, cientista planetário do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins.
O meteoro de quase 20 metros que explodiu em 2013 sobre Chelyabinsk, na Rússia, é um evento que ocorre a cada 100 anos, de acordo com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. O fragmento gerou uma onda de choque que quebrou dezenas de milhares de janelas e causou danos de 33 milhões de dólares, e ninguém o viu chegando antes de entrar na atmosfera terrestre.
Alguns astrônomos consideram que confiar apenas nas probabilidades estatísticas e nas estimativas das populações de asteroides é um risco desnecessário, quando poderiam ser feitas melhorias na capacidade da Nasa de detectá-los.
“Quantos perigos naturais existem sobre os quais poderíamos realmente fazer algo e prevenir por 1 bilhão de dólares? Não há muitos”, disse Daly, cujo trabalho se concentra em defender a Terra de asteroides perigosos.
A detecção de asteroides ganhou maior importância no ano passado, após a Nasa lançar uma espaçonave do tamanho de uma geladeira contra um asteroide para testar sua capacidade de desviar uma rocha espacial potencialmente perigosa de uma trajetória de colisão com a 💥️Terra.
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