Quem tem medo das metas de inflação? Veja porque mercado desaprova revisão
Elevar as metas de inflação é a carta na manga de Lula para driblar a autonomia do Banco Central. (Imagem: Mehaniq)
O futuro das 💥️metas de inflação no Brasil é incerto. Há semanas, o presidente 💥️Luis Inácio Lula da Silva vem criticando a política monetária adotada pelo 💥️Banco Central, que está mantendo a Selic em 13,75% ao ano desde agosto.
A autonomia do Banco Central impede que 💥️Lula force uma redução imediada na taxa básica de 💥️juros, mas ele tem uma carta na manga: aumentar as metas de inflação.
Na teoria, se a meta fica mais alta, a 💥️inflação do país – que está em 5,79% – estaria mais próxima do teto ou do centro e a Selic poderia ser reduzida. As metas de inflação para 2023 e 2024 são de 3,25% e 3%, respectivamente.
No entanto, na prática, a história é bem diferente. O Itaú projeta que o Banco Central pode elevar a taxa Selic para um patamar de 15% caso o presidente insista na ideia de mudar a meta de inflação de 4,5% em 2024.
Revisão das expectativas
A possibilidade de elevações nas metas de inflação não é bem recebida pelo mercado, que entende que a mudança da meta pode levara a inflações ainda mais altas e 💥️Selic restritiva por um tempo maior. Mas pior: coloca em cheque a credibilidade da política monetária.
Com isso, o mercado está revendo suas projeções para a economia brasileira. No Relatório Focus desta semana, as expectativas de inflação para este e os próximos anos subiram.
A previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (💥️IPCA) ao final deste ano, passou de 5,78% para 5,79%. Já para 2024, a projeção passou de 3,93% para 4,00%; enquanto para 2025, a projeção subiu de 3,50% para 3,60%.
A Selic também foi revisada, apontando para uma taxa de juros mais alta e por mais tempo do que o esperado inicialmente. A Selic prevista para 2023 foi elevada de 12,50% para 12,75%. Para 2024, a projeção foi elevada de 9,75% para 10%.
Já o Itaú manteve as suas projeções para a taxa básica de juros – de 12,50% e 10% para 2023 e 2024, respectivamente – não alertou que se as incertezas sobre os regimes monetário e fiscal não forem revertidas, o risco é de taxas mais elevadas.
A projeção do banco para o IPCA, por outro lado, avançaram: em 2023, passou de 5,8% para 6,3%; para o ano que vem, as expectativas passaram de 3,7% para 4,2%. “O principal motivo para a revisão altista veio da incorporação da desancoragem das expectativas de inflação tendo em vista as discussões sobre mudança de metas”, diz em relatório.
Rafaela Vitória, economista-chefe e head do departamento de Research do 💥️Inter, destaca que aumentar a meta nesse momento retira a confiança do mercado na política monetária e encarece seu custo.
“Essa desancoragem de expectativas pode resultar em inflação maior no curto prazo, pois as empresas, esperando que a inflação suba no futuro, antecipam reajustes de preços hoje”, afirma em relatório.
No entanto, Lana Santos, economista e sócia da 💥️Acqua Vero, aponta que a revisão altista da projeção de inflação para 2023 e 2024 é muito mais um reflexo da deterioração dos preços em janeiro, especialmente comunicação, serviços e alimentação.
“Além disso, o posicionamento do atual governo, favorável às políticas mais expansionistas com o aumento do gasto público, tende a pressionar a expectativa de inflação”, aponta.
Metas de inflação: muda ou não muda?
No entanto, apesar da discussão acalorada em relação às metas de inflação, esse é um tema que pode nem chegar à pauta da reunião do CMN desta semana.
Segundo o consultor 💥️Thomas Traumann, o ministro da Fazenda, 💥️Fernando Haddad, conseguiu chegar a um acordo com 💥️Lula de adiar o debate sobre as metas e não apresentar uma proposta já na primeira reunião do conselho.
“Haddad convenceu Lula a adiar o debate sobre metas para depois do anúncio da nova âncora 💥️fiscal, em abril. Os papeis apresentadores pelo ministro indicavam que mesmo uma mudança de meta para 2023 não implicariam em um corte da 💥️Selic”, destaca em sua newsletter ✅Modal Político.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, também já afirmou que o governo não fará, por enquanto, uma orientação sobre a meta de inflação ao CMN.
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