Vale (VALE3): Por que ação cai após 3º maior lucro da história?
Balanço do 4T22 da Vale não teve “grandes surpresas”, avaliam analistas da XP (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
Apesar de reportar o terceiro maior lucro da história entre as empresas listadas na B3, o balanço do quarto trimestre de 2022 (4T22) da 💥️Vale (💥️VALE3) veio em linha com o esperado, afirmam os analistas do mercado. Com isso, os papéis da companhia operavam em leve queda de 0,47%, a R$ 88,77, na abertura do pregão desta sexta-feira (17).
“De forma alguma queremos subestimar os resultados da Vale, mas elogiamos a previsibilidade dos números desta vez”, afirmam Leonardo Correa e Caio Greiner, do 💥️BTG Pactual. Eles ressaltam que a mineradora teve um trimestre “estável, tranquilizador e com melhora”.
O 💥️lucro líquido das operações continuadas da companhia totalizou US$ 3,74 bilhões (-15,7%), o valor corresponde ao 2º maior lucro da Vale. Já o 💥️Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou US$ 4,62 bilhões (-2,1%).
André Vidal e equipe da💥️ XP Investimentos avaliam que a Vale continua comprometida com a disciplina de capital, retornando a maior parte da geração de caixa aos acionistas.
A mineradora anunciou 💥️dividendos e 💥️juros sobre capital próprio (💥️JCP) “decentes” de R$ 2,12 por ação — 2,4% de ✅dividend yield no período.
Para os analistas, a performance da Vale no trimestre traz alguma confiança de que 2023 marcará uma virada em relação a um complicado 2022. A equipe da XP pontua que principais temas a serem observados a partir daqui são:
O que foi destaque no 4T22?
Para Andreas Bokkenheuser e time de analistas do 💥️UBS BB, um dos destaques da Vale no último trimestre de 2022 foi o custo de equilíbrio do minério de ferro para a China, que foi de US$ 48,5.
O resultado foi impulsionado por uma redução de US$ 1,1 no custo caixa do minério de ferro e uma redução de US$ 3,6 no frete de finos.
Os metais básicos também foram destaque, dizem os analistas. O Ebitda do setor foi de US$ 775 milhões, alta de 113% no trimestre, mas queda de 4% no ano, impulsionada pelos preços mais altos do níquel (+13%) e cobre (29%) e volume de vendas.
Além disso, a Vale atingiu 213 milhões de ações recompradas, 43% do terceiro programa de recompra.
Outro destaque, segundo analistas, foi a dívida líquida expandida, que totalizou US$ 14,1 bilhões (+6%), dentro da meta de US$ 10 a 20 bilhões.
É hora de ter Vale na carteira?
Os analistas da XP dizem gostar da tese de investimento de longo prazo da Vale. Entretanto, eles afirmam estar receosos com a discrepância da alta do preço do minério de ferro em relação a outras commodities — principalmente, o petróleo.
A corretora manteve a recomendação de compra para VALE3. O BTG também seguiu com compra, com preço-alvo de US$ 19.
O UBS BB reiterou a recomendação de venda das papéis da mineradora, com preço-alvo em US$ 12.
Os analistas do banco afirmam que o setor de mineração da América Latina, incluindo a Vale, está sujeito a “volatilidade relativamente alta e a diversos fatores de risco”.
Dentre os principais riscos, segundo analistas do UBS BB, estão a volatilidade dos preços das commodities, mudanças regulatórias, interrupções na produção, questões trabalhistas e atrasos de equipamentos, além do que eles avaliam como clima desfavorável.
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