Ibovespa hoje relembra um ano da guerra e sem inflação temporária
Ibovespa encerra semana mais curta pelo carnaval que marca o infeliz aniversário da guerra, de olho em dados de inflação no Brasil e nos EUA (Arte: Money Times)
O Ibovespa (IBOV) encerra a semana encurtada pelo carnaval de olho na agenda do dia. Números do IPCA-15 e do PCE estão em destaque nesta sexta-feira (24). A data também marca um ano desde o início da invasão russa na Ucrânia, que provocou uma segunda onda de alta generalizada nos preços, cavando de vez o caráter “temporário” da inflação.
Neste infeliz primeiro aniversário, os sinais são de escalada da tensão geopolítica. Até então, a pandemia era o principal & e único & fenômeno a ter desencadeado uma pressão inflacionária global.
Porém, ambos os eventos extraordinários estão durando mais tempo que o previsto. E, combinados não deixam dúvidas do porquê a inflação persiste & inclusive globalmente.
Aliás, 2023 deve começar com alta na prévia do índice de preços ao consumidor brasileiro. O IPCA-15 será divulgado às 9h e a expectativa não é das melhores. Efeitos sazonais, como as mensalidades escolares, e outros mais permanentes, como os combustíveis, devem pressionar o dado.
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Ibovespa vê fuga de estrangeiros: temporária ou permanente?
Da mesma forma, o índice de preços preferido do Federal Reserve, o PCE, tende a reforçar o trabalho árduo no combate à alta dos preços. Com isso, os números a serem conhecidos às 10h30 devem calibrar as apostas sobre novos aumentos na taxa de juros dos Estados Unidos.
Por ora, as expectativas estão divididas entre dois e três aumentos, de 0,25 ponto porcentual, cada, entre março e junho. Porém, o próprio 💥️Fed não descarta a chance de voltar a apertar a dose para 0,50 pp. A única certeza é de que o ciclo de alta dos juros ainda não acabou e isso eleva os riscos de recessão nos EUA ainda neste ano.
Seja como for, a perspectiva de juros mais altos por mais tempo por lá provocou uma debandada dos gringos da bolsa aqui na véspera do carnaval. Nos últimos dois pregões antes da longa pausa da B3 por causa da folia, os investidores estrangeiros venderam mais de R$ 3,5 bilhões em ações.
O período também foi marcado pelo tom mais duro (“hawkish”) dos chamados ‘Fed boys’, admitindo uma taxa terminal acima de 5%, com os juros permanecendo neste nível por um bom tempo. Ou seja, neste primeiro ano do conflito no leste europeu e do início do aperto monetário nos EUA, tudo o que se imaginava ser temporário ganha uma perspectiva permanente.
Aliás, é bom lembrar, que, por mais que o mundo queira, a pandemia de coronavírus também ainda não acabou, quase três anos depois. Nem aqui, nem na China.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:
EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,24%; o do S&P 500 recuava 0,37% e o Nasdaq cedia 0,74%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale caía 0,12% e os da Petrobras tinham leve baixa de 0,09%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,23%; a bolsa de Frankfurt oscilava com -0,11%; a de Paris avançava 0,12% e a de Londres tinha alta de 0,31%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 1,29%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 1,68% e a Bolsa de Xangai recuou 0,62%;
Câmbio: o índice DXY tinha leve alta de 0,05%, 104.66 pontos; o euro tinha leve baixa de 0,02%, a US$ 1,0594; a libra tinha +0,01%, a US$ 1,2014; o dólar subia 0,35% ante o iene, a 135,15 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,909%, de 3,925% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,720%, de 4,695% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro subia 0,19%, a US$ 1.830,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,06%, a US$ 76,19 o barril; o do petróleo Brent avançava 1,05%, a US$ 83,07 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 0,33% em Dalian (China), a 908,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.
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