Adiante, só demanda robusta dará suporte para a soja e milho se o clima funcionar bem
Soja e milho deverão sentir forças baixistas com mais intensidade (Imagem: Pixabay)
A soja vem de três pregões seguidos de baixa, moderados porém indicando falta de resistência. Ontem recuou de 5 a 8 centavos, deixando mais longe a faixa de US$ 15,40 no março. Fechou em US$ 15,29
O milho está com menos motivos ainda para se manter. Em dia que deixou mais de 10 centavos para trás (US$ 6,50, no março), acumulou queda de 4,2% na semana.
Em semana curta, com o feriado nos Estados Unidos na segunda, e os dois dias com o Brasil parado, além do Outlook Fórum do USDA, começaram a sedimentar as expectativas de pressões das duas safras brasileiras.
Algum ajuste deve ocorrer na segunda nos futuros de Chicago, em movimento tradicional de cobertura de posições em derivativos, e uma ou outra informação de clima no final de semana que mexam com a especulação, mas daqui em diante somente saltos na demanda global podem atenuar os demais fundamentos baixistas.
O panorama argentino já foi absorvido. O novo reporte da Bolsa de Rosário, sinalizando nova queda na soja, para cerca de 33 milhões de toneladas, já não mexeram nos preços.
O Brasil já vai arrancando com a colheita, o atraso é bem mais curto (30% da área) e vai despejar maior volume nos portos nos próximos dias. Compensando ou não o que os vizinhos deixarão de fornecer, uma safra brasileira em torno de 150 milhões/t é oferta entrando, de todo modo.
No caso do milho, as expectativas são de uma safra de inverno em torno de 102 milhões/t. Ainda que haja algum risco para o plantio fora da janela, pela demora de colheita da soja em algumas regiões, também se terá mais grão pela frente, salvo um revés no clima durante o desenvolvimento.
Esse cenário vai bater de frente com os dados que o relatório do USDA apontou. O Outlook mostrou que os EUA plantarão a mesma área do ciclo anterior, mas este foi prejudicado pelo clima. Se as chuvas, portanto, não falharem, o salto de produção girará em torno de 126 milhões/t.
Quanto ao milho, a intenção dos produtores é de aumentar substancialmente a área de plantio. E as projeções de produção pulam para quase 40 milhões/t a mais, para um total robusto beirando as 400 milhões/t.
As duas commodities, portanto, necessitam de um grau bem positivo de demanda, com a China na ponta, para enxugar essas ofertas.
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