Moradores de povoado que sumiu do mapa no Brasil lutam por reparação

Hidrelétrica de Xingó, que controla vazão para o Baixo São Francisco Hidrelétrica de Xingó, que controla vazão para o Baixo São Francisco Imagem: Emerson Soares/Arquivo pessoal

Uma das memórias mais marcantes da infância de Jandilma Santos, de 44 anos, é o dia em que o mar invadiu a casa onde ela morava com a família. A pedagoga foi acordada pelos gritos da mãe e, ao descer da cama, percebeu a água salgada já na altura da canela. Aquela não era a primeira vez, nem seria a última. Ao longo da vida, Santos viu quatro casas serem submersas pelo oceano.

Todas elas estavam localizadas no Cabeço, um povoado de pescadores na região do Baixo São Francisco, em Sergipe, que desapareceu do mapa brasileiro no fim dos anos de 1990. Mais de duas décadas depois de sumir, o povoado e sua população conseguiram neste ano uma indenização histórica em relação ao impacto socioambiental das barragens na paisagem nacional.

Juntos, os 220 moradores receberam R$ 40 milhões da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) depois de provar que o povoado foi engolido pelo mar devido à construção da barragem da UHE (Usina Hidrelétrica) de Xingó, na divisa entre Alagoas e Sergipe, em Canindé de São Francisco, que provocou uma erosão costeira na foz do rio.

O que você está lendo é [Moradores de povoado que sumiu do mapa no Brasil lutam por reparação].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...