Curau, canjica e mungunzá: nomes de pratos juninos se embaralham pelo país
Glau Gasparetto
Colaboração para Nossa
23/06/2023 04h00
Nas regiões Norte e Nordeste, a canjica é preparada com milho verde fresco amarelo e ralado, assim como o curau do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A diferença é que a receita da parte de cima do país conta com milho, açúcar, leite e canela ou, então, leite condensado substituindo parte do leite e do açúcar, bem como um pouco de sal.
"Já o curau é feito com o milho verde ralado e, em sua receita mais original, esse milho ralado é peneirado e cozido apenas com açúcar até engrossar, finalizado com canela depois de esfriar", explica Pedro Drudi, professor de Gastronomia da Anhembi Morumbi.
Outra versão aponta que os indígenas que falavam a língua tupi e viviam no litoral do Nordeste brasileiro adotavam o termo "cangaíba" para se referir ao tipo de milho adotado no preparo da canjica.
Curau, por sua vez, pode ter origem na palavra 'kora', cujo significado atribuído é 'pasta' ou 'pastinha', semelhante à consistência do curau. Ainda é considerada a hipótese de vir das papas portuguesas (parecidas com o cozido), feitas tanto salgadas quanto doces. Por fim, 'mungunzá' é originário da palavra 'mu'kunza', que também vem do quimbundo e significa milho cozido.
Vai um jimbelê aí?
Se já não bastasse tanta confusão de nomes, as tretas linguísticas podem ir além, como lembra Pedro Drudi. "Em Minas Gerais, o mungunzá também é conhecido como piruruca ou canjica grossa. Em alguns lugares do Centro-Oeste, o prato é chamado de chá-de-burro", cita.
O curau ganha o nome de jimbelê em algumas regiões e, ainda, canjiquinha. Só que canjiquinha, em várias partes do país, é um prato feito com grão de milho seco e quebrado.
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