Como um naufrágio de 282 anos atrás se tornou o livro mais vendido nos EUA

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Jorge de Souza

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💥️Pena de morte

Na obra, ainda sem data de lançamento no Brasil, Grann dedica uma parte da narrativa às dificuldades da navegação no século 18, e ao período que os sobreviventes do HMS Wager passaram na ilha, em plena convulsão. Já a outra parte conta o que aconteceu nos tribunais ingleses depois disso, com o embate entre o capitão Cheap e o líder dos amotinados, John Bulkeley, pela posse da verdade — uma história real, que mistura aventura, dramas, conflitos, superações e questões morais.

Enquanto, na ilha, os sobreviventes do HMS Wager lutaram (muitas vezes de maneira condenável, cometendo até canibalismos) contra a fome, o frio e os desmandos autoritários do comandante da expedição, na corte marcial inglesa a luta também foi de vida ou morte, já que nos dois casos (motim promovido pelo artilheiro Bulkeley, ou assassinato perpetrado pelo capitão Cheap), a pena também seria a forca.

💥️Duelo de palavras

Na Corte, Bulkeley e Cheap passaram a duelar com palavras, já que a vida de ambos dependeria da história que cada um contassem — e da capacidade de convencer os jurados sobre a sua veracidade.

No entanto, um desfecho surpreendente (que convém não adiantar, para não estragar o prazer da leitura — embora o livro de Grann narre um fato histórico e conhecido) pôs fim ao caso da maneira mais embaraçosa possível.

E deu forma ao motim que nunca existiu.

💥️Vai virar filme

Para escrever The Wager, Grann — que no passado já havia escrito o livro "A Cidade Perdida de Z", sobre o misterioso desaparecimento do explorador inglês Percy Fawcett, em 1925, quando buscava uma civilização perdida na Amazônia brasileira —, viajou até a remota Ilha Wager, na Patagônia chilena (onde chegou a encontrar restos de madeira da antiga embarcação inglesa), e levou dois anos pesquisando, debruçado sobre diários de bordo históricos, redigidos por sobreviventes dos dois grupos de náufragos.

Com a intrincada e instigante história do naufrágio do HMS Wager, Grann, um dos mais elogiados autores da atualidade, continua a anos-luz do nível de excelência do lendário escritor inglês.

Mas, talvez, também tenha produzido seu melhor livro.

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