Prêmio é suficiente? O que falta para elas conquistarem o topo nas cozinhas

Aliás, foram os restaurantes, ou Casas de Saúde, ainda em sua formação, que representaram um grande avanço da conquista feminina na sociedade: sob a alegação de saúde, as mulheres podiam, pela primeira vez, ir sozinhas a esses espaços para integrar uma ocasião social pública.

"O preço de cada item é especificado e fixo, e uma pessoa pode ser servida a qualquer hora. Mulheres são admitidas e podem ter seu jantar preparado por um preço estabelecido e moderado", escreveu Roze de Chantoiseau, conhecido como inventor do restaurante, sobre as regras do seu recém-criado estabelecimento.

Também não consta que houvesse nenhuma chef mulher em algum grande hotel ou restaurante gastronômico na França (o país mais importante da culinária mundial) do século 19.

uma pesquisa de 2022 realizada pela australiana Chef's Pencil sobre mostrou que ainda é ínfima a presença global de mulheres nas cozinhas de restaurantes estrelados.

Eles analisaram 2.286 restaurantes em 16 países e apenas um quarto eram chefs mulheres. Dessas, apenas 6% atingem o topo da profissão.

"se conscientizar e tentar incentivar as mulheres a chegar a cargos de responsabilidade", ele diz.

Nas palavras de Poullennec, se o guia encontra mulheres que fazem um bom trabalho nos restaurantes, é um objetivo legítimo dos inspetores darem atenção a elas.

A questão seria, então: o que é preciso para que as mulheres estejam, enfim, à frente dos restaurantes fazendo um bom trabalho? E como a indústria pode ajudar nesse sentido.

💥️Prêmio questionado

visto por muitos veículos de imprensa como algo ofensivo.

No seu Instagram, ela postou uma frase atribuída à advogada e ativista Nina Shaw: "Não preciso que você me inclua do que você me excluiu. Não somos diversidade, somos normais", dizia a publicação.

💥️Divisão histórica

Mas a pergunta que fica é: como é possível fazer mudanças que incluam sistematicamente as mulheres no topo da gastronomia? As respostas são vastas e pouco exploradas.

É preciso, primeiro, mais informação. Olhar para trás e reconhecer que trabalho em cozinhas já estava, no nascimento do restaurante, intimamente relacionado à divisão sexual do trabalho.

"Ainda que se reconhecesse que as mulheres poderiam ser boas cozinheiras, seu trabalho sempre foi limitado às cozinhas domésticas, seja da própria casa, seja das casas burguesas, onde também se realizavam jantares luxuosos, mas em que a cozinheira nunca obtinha reconhecimento", ela escreve.

Quando ser cozinheiro se transformou em uma categoria profissional capaz de se organizar para reivindicar direitos, Briguglio afirma, a exclusão das mulheres foi uma estratégia para afastar a categoria do trabalho doméstico e, portanto, valorizar a profissão.

Não tem a ver com força, com disposição física, nem nada do que costuma ser usado como justificativa dada (muitas vezes por homens, claro) para explicar o abismo que existe entre homens e mulheres na gastronomia — e o assédio e as condições de humilhação que muitas delas passam nas cozinhas profissionais.

Um pouco de pesquisa histórica é capaz de mostrar as razões pelas quais "as mulheres são maioria nos cargos de auxiliar e cozinheira, e os homens predominam entre os chefs".

Sem entender como chegamos até aqui fica impossível trilhar um caminho que possa levar a gastronomia a um novo destino, em que o papel de gênero não seja determinante para apontar quem pode, enfim, chegar ao topo.

O que você está lendo é [Prêmio é suficiente? O que falta para elas conquistarem o topo nas cozinhas].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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