Na caleidoscópica culinária judaica, quem manda mesmo é a 'comida de vó'

Se a primeira é uma sucessão de tragédias, perseguições e resistência, a segunda colore a identidade judaica com o que ela tem de mais mágico: uma imensa variedade.

E aqui não entram somente as divisões entre judeus israelenses, ou daqueles que floresceram em diáspora numa infinidade de países (dos EUA, à Polônia e até mesmo no Iraque), nem entre ashkenazi ou sefaradi, nem entre os que seguem ou não a dieta kasher.

Cada casa judaica é um universo culinário, como descobriu Clarice Reichstul, que, ao lado de uma verdadeira legião de netos de avós cozinheiras de mão cheia, animou o retorno do último restaurante judaico do Bom Retiro, o Shoshana Delishop.

Mas antes de contar essa saga coletiva, vamos voltar para a cozinha que criou Clarice, a de Dona Wala.

💥️Cozinha de praticidade, festa e afeto

Álbum de fotos antigas revela uma "vó" Wala sorridente - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal Vó Wala, seu marido e seus netos - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal Wala cercada pelos netos adultos - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal Shoshana Baruch, mais uma inspiração do cardápio - Reprodução - Reprodução

No princípio, os testes foram fazer várias versões das mesmas receitas, de acordo com o que surgia da memória afetiva de cada um.

O resultado foi uma colcha de retalhos de sabores e lembranças com a cara de uma boa festa judaica: muitas pessoas, muitas opiniões.

"Na hora de escolher, tinha essas receitas e jeitos todos e aí tinha uma briga que queria a receita da Shoshana, eu queria a da minha avó, tinha as da Paca também", relembra.

Da cozinha de Shoshana, se mantiveram clássicos, como a "língua da Shoshi" e a shpondra, uma costela ponta de agulha cozida, servida com ferfele (uma massinha de matzá).

Lingua - Laís Acsa/Divulgação - Laís Acsa/Divulgação A Shpondra, receita de Shoshana - Reprodução - Reprodução Gelfite Fish frito, o clássico de um novo jeito -  Laís Acsa/Divulgação -  Laís Acsa/Divulgação Fachada do Shoshana - Laís Acsa/Divulgação - Laís Acsa/Divulgação Graziela Tavares faz as compotas de frutas sob o olhar de Clarice - Keiny Andrade/ysoke - Keiny Andrade/UOL

"Você tem comida da Bulgária, da Polônia, da Rússia, do Egito, de Israel, da Espanha, da Itália, do Brasil, a comida sefaradim de Belém, tudo é altamente adaptado, como qualquer comida de diáspora", afirma Clarice.

Até por isso a gente brinca que 'qualquer coisa pode ser judaica'. É a nossa desculpa para tudo", brinca.

A receita de compota de frutas com biscoito de azeite - Keiny Andrade/ysoke - Keiny Andrade/UOL Graziela Tavares faz as compotas de frutas sob o olhar de Clarice - Keiny Andrade/ysoke - Keiny Andrade/UOL

Compota de frutas com biscoito de azeite

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