Ele cria guias de viagem de países que não existem mais (mas valem visitar)
Colaboração para Nossa 27/06/2023 04h00 Da mesma forma que palácios e igrejas se transformam com o passar das décadas, com as mudanças de rumos políticos, econômicos e sociais, podendo ganhar novas funções ou ser abandonados até virar ruínas, cidades e países também nascem e, eventualmente, morrem. Roma não é eterna. A cidade faz parte da Itália moderna há apenas 153 anos. Antes disso, a capital dos papas foi capturada por Napoleão, invadida por normandos, conquistada por Carlos Magno, saqueada por ostrogodos, vândalos e visigodos. Foi a capital do império e da república, e antes era um domínio etrusco. Quando viajamos para um país, viajamos também para os Estados, confederações, ducados, reinos e impérios que o precederam. Com isso em mente, o jornalista italiano Giovanni Vale concebeu um guia de viagem dedicado a um país extinto, a República de Veneza. Veneza foi a primeira cidade italiana a fazer negócios com países ao norte dos Alpes, por volta do ano 1000. Em 1122, os venezianos lançaram sua própria Cruzada, capturando Tiro, no atual Líbano. A vitória permitiu aos italianos dominar todo o Mediterrâneo, da Espanha à Síria. A importância da república foi tremenda. Consequentemente, ao longo desses vários séculos, laços culturais surgiram nas áreas dominadas, e hoje podem ser notados na arquitetura, na culinária etc.Felipe van Deursen
O livro foi lançado em 2023, após uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo que levantou mais de 25 mil euros em três semanas. Vale, um experiente jornalista de viagem radicado na Croácia, viajou a todos os cantos da antiga república e conduziu cerca de 500 entrevistas com historiadores, chefs de cozinha, guias de turismo, artistas e outros profissionais cujo ofício reflete as influências ainda visíveis exercidas por Veneza em suas vidas.
A sopa mediterrânea de frutos do mar e peixe tem distintos nomes de acordo com o país: herança da República de Veneza
Em um mundo onde a tendência de erguer muros é maior do que a de construir pontes, o guia oferece um alívio revigorante. "Nosso objetivo é encurtar as distâncias e aproximar as pessoas. Começamos destacando o que eles compartilham, uma história comum. A partir daí, celebramos as diversas interpretações regionais desse patrimônio compartilhado, valorizando a beleza encontrada nessas diferenças", diz Marchesini.
O próximo guia da série já está em produção. Será sobre o Império Austro-Húngaro, potência que dominou a Europa Central por séculos até desaparecer no fim da Primeira Guerra Mundial. Um guia sobre a Grécia Antiga também está nos planos.
Mais informações em ✅https://extinguishedcountries.com/
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