Cheirar e cuspir o vinho? Saiba o que é frescura ou não no mundo da bebida
Só que algumas dessas "frescuras" não são tão bobas ou esnobes quanto se possa supor. Girar a taça, sentir seus aromas, "aguar" bem a boca com vinho, escolher a comida certa, guardar garrafas por anos, servir nas taças adequadas... Tudo isso tem várias razões de ser. Até cuspir o vinho fora, em casos específicos, tem seu sentido, embora isso cause repulsa em muita gente.
A sommelière Patricia Brentzel, do projeto Beba Bem em Casa, explica algumas dessas particularidades e mostra como tirar melhor proveito de sua adega ou do vinhozinho que acabou de comprar — no jantar chique ou no piquenique.
✅Vale lembrar que vinho não tem regra. Cada um tem seu jeito de servir, de curtir e de beber. Mas algumas técnicas são importantes para nos fazer apreciar melhor os vinhos e ter muito mais prazer com eles", diz Patricia.
💥️Bochechar
Se você ainda não comprou um decanter e quer fazer a experiência, pode ir na base da improvisação.
✅Não tem decanter? Decanta numa jarra. É bagaceira? É. Porém, se isso ajudar a degustar melhor o vinho, está valendo."
💥️Beber em taças de cristal
Algumas regiões tradicionais são famosas por produzir estes vinhos duros na queda, como Bordeaux (França), Piemonte (Itália) e Rioja (Espanha).
Guardar vinhos não é um privilégio para muitos, pois são produtos caros, normalmente elaborados em regiões muito valorizadas pelos apreciadores. Mas se esse é um desejo, Patricia recomenda conversar com especialistas antes de fazer suas escolhas e garantir que seus vinhos tenham um ambiente favorável.
💥️Harmonizar
Embora não haja um padrão exato, a conta de cada taça de vinho está por volta de 150 ml. Uma garrafa de 750 ml, portanto, deve servir cinco taças. É claro que pode haver bares e restaurantes que deem uma roubadinha nessa conta, mas ninguém vai frequentá-los com uma pipeta volumétrica par conferir a quantidade de vinho servida.
✅Encher a taça até a boca está fora de questão. Se for branco ou rosé, pior ainda, pois o vinho esquenta e perde qualidade sensorial", diz Patricia.
💥️Cuspir o vinho
Quem é novo no mundo do vinho e cai de paraquedas numa degustação profissional costuma ficar intrigado ou mesmo incomodado com esse hábito. Não há nada de errado, estranho ou nojento em cuspir o vinho depois de levá-lo à boca. Trata-se de uma necessidade.
Mas não é de qualquer jeito. Conheça a cuspideira
Patricia conta de uma ocasião em que teve de abrir 180 garrafas que seriam apresentadas numa grande prova de vinhos italianos. Sua missão era testar, uma a uma, com o nariz e com a boca, a fim de indentificar se alguma das amostras tinha defeitos. Apenas três foram eliminadas.
Agora imagina beber vinho, nem que seja um tantico de nada, de 180 garrafas.
✅Em certas ocasiões, a exposição do profissional ao vinho é tão grande que é simplesmente impossível ingerir tanto álcool", ela diz.
Em vinícolas, a equipe de enologia também precisa testar um pouco de cada vinho armazenado em barricas ou tanques para avaliar a quantas anda a evolução da bebida. Técnicos que trabalham com análise sensorial ou jurados de concursos de vinhos também não têm outra opção: ou cospem ou embebedam-se.
Por isso, se vir por aí alguém cuspindo vinho há duas hipóteses: a bebida é infame ou trata-se de um profissional. Congele seus ímpetos — não chore, não ria e não fale a frase que todo enófilo de crachá detesta ouvir: "Ai, que desperdício cuspir vinho!".
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