Camarão considerado um dos mais gostosos do mundo é vendido a R$ 300 o kg
Com até 35 centímetros de comprimento e coloração avermelhada, o camarão chama a atenção de longe. "É uma pesca de profundidade, muito difícil. Mas a cada vez que dá certo, o carabineiro sobe ao barco com uma cor tão linda que me deixa encantado. Isso me motiva", diz o pescador Manoel Cordeiro.
Os atributos surgem sobretudo na mordida. Katherina Cordás, do Centro de Pesquisa e Criatividade TUJU, diz:
✅É um dos melhores camarões do mundo. O sabor é adocicado e tem muito umami".
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💥️Grande, gostoso e caro
O valor alto no cardápio não é exclusividade do estabelecimento gaúcho. Dono da distribuidora Quinta do Mar, Carlos Leal, que acompanhou desde o início a construção do barco e é responsável por levar o produto até outros fornecedores, conta que o quilo sai entre R$ 270, para restaurantes, e R$ 330, para consumidor final — a título de comparação, o camarão-rosa de tamanho similar custa cerca de R$ 130.
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"Outra questão é que, depois de limpo, perde-se até 70% do peso inicial. Mesmo assim, sai mais barato que na Espanha, onde o quilo fica de 80 a 90 euros (R$ 440 a R$ 500)", defende Carlos.
Por enquanto, o custo acaba sendo uma barreira para os chefs trabalharem com a pedida. Adriano de Laurentiis, sócio do Cais, em São Paulo, encara as contas com pesar: "Infelizmente, pela baixa margem de lucro, eu só consigo comprar em ocasiões especiais". Quando isso acontece, ele gosta de preservar as características do produto. "Grelhamos com a cabeça e usamos as cascas para infusionar a manteiga que entra como acompanhamento".
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Carlos acredita que a perspectiva de mercado é positiva a longo prazo: "Conforme a produção aumentar, o preço vai diminuir".
💥️O barco-fábrica do Manoel
Por trás do projeto nacional que debuta na pesca de carabineiro no Brasil, antes explorada somente por espanhóis entre 2000 e 2007, está Manoel Cordeiro, de 54 anos.
Filho de pescador, ele vendeu camarão no litoral catarinense quando criança e embarcou pela primeira vez como tripulante aprendiz aos 17 anos. Desde então, não parou. Envolvido a vida toda com o mar, ele começou a construir a embarcação de 27 metros de comprimento e 300 toneladas em 2016.
A embarcação
"Para manter a qualidade o carabineiro é rapidamente processado e congelado a -18 graus".
A batalha de Manoel, agora, é fazer a regulamentação para garantir a sustentabilidade do negócio. "Há carabineiro do Sul até o Rio Grande do Norte. Mas para evitar a extinção, tem que haver um estudo e um ordenamento. Nada de pescar tudo de uma vez só e depois não ter mais nada".
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