Rui Jorge vê legado a condicionar expectativas: "Os jogadores não se importam de carregar &agr
A “grande responsabilidade” encarada por Portugal no Europeu de futebol de sub-21 tem consistido em se acercar do “passado de qualidade de jogo” patenteado por gerações anteriores, reconheceu hoje o selecionador Rui Jorge.
“Os sub-21 têm posto a fasquia muito alta em termos de qualidade. Se calhar, é por isso que, nesta altura, as opiniões estejam um pouquinho condicionadas. Penso que isso tem penalizado os jogadores em relação à sua prestação. Eles têm sido bravos e altamente solidários. A equipa tem lutado imenso e com muito coração, mas, efetivamente, não tem atingido a qualidade de jogo que outrora conseguimos. Não é justo penalizá-los da forma como estão a ser penalizados por isso”, analisou o técnico, em conferência de imprensa.
Rui Jorge falava na antevisão ao jogo com a Inglaterra, no domingo, dos quartos de final da prova, no qual pretende que os atuais vice-campeões “continuem a demonstrar a sua paixão por competir, a lealdade para com o oponente e o espírito coletivo que possuem”.
“Quero que possamos melhorar a qualidade. Eles não se importam de carregar às costas todo o peso da qualidade de jogo que lhes metem. Sabemos que é algo com que temos de lidar. Vai haver a mesma vontade, porque penso que não tem faltado nada”, projetou.
Portugal, que terminou na segunda posição do Grupo A, defronta a Inglaterra, vencedora invicta da ‘poule’ C e campeã do torneio em 1982 e 1984, no domingo, a partir das 20:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio Ramaz Shengelia, na cidade georgiana de Kutaisi.
“A Inglaterra é uma equipa fantástica e está recheada de excelentes jogadores, que têm funcionado muito bem coletivamente. Tem sido bastante sólida em termos defensivos e muito acutilante em termos ofensivos. Espero defrontar uma grande seleção. Há alguma incógnita sobre o domínio do jogo, mas acredito que seja equilibrado e tenha transições, que podem ser perigosas para cada lado. Pode ser um belíssimo espectáculo”, apontou.
Portugal apurou-se pela terceira vez nas últimas cinco edições para a fase a eliminar do Europeu de sub-21 e volta a estar no lote dos oito finalistas, depois de uma primeira fase irregular, na qual perdeu face à anfitriã Geórgia (2-0), empatou frente aos Países Baixos (1-1) e venceu de forma crucial a Bélgica (2-1), com um penálti marcado aos 89 minutos.
“Creio que não tenha havido um jogo em que não tenha falado com os meus jogadores e apontasse situações a melhorar. Isso é uma constante, independentemente do resultado. Muitas vezes, esse resultado nem traz as maiores críticas da minha parte, mas existirão sempre coisas que temos e queremos melhorar, tal como outras que temos e queremos continuar a fazer bem”, indicou Rui Jorge, cujo grupo vai estar inteiramente à disposição.
Além de almejar o acesso às meias-finais do Europeu de sub-21, prova na qual já perdeu as decisões de 1994, 2015 e 2023, Portugal pode consumar, desde já, a quinta presença nos Jogos Olímpicos, depois de Amesterdão1928, Atlanta1996, Atenas2004 e Rio2016.
“Se repararem, quase todas as equipas fazem contas desde a primeira partida e poucas foram as que não precisaram disso. Não jogamos para fazer contas, mas para atuar bem e conseguir ser melhor do que o adversário. [Um eventual ‘play-off’] Não entrará no nosso pensamento. Os jogadores vão para dentro de campo com tarefas definidas e não com resultados na cabeça. Se o fizerem, alguma coisa não estarão a fazer de bem”, agregou.
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