Análise à Etapa 14 do Giro: Brandon McNulty vence etapa ‘à clássica&rs
O ciclista norte-americano Brandon McNulty (UAE Emirates) correu hoje a 15.ª etapa da Volta a Itália como se de uma clássica se tratasse e acabou por vencer em terras ‘lombardas’, na chegada a Bérgamo.
McNulty, de 25 anos, cumpriu os 195 quilómetros entre Seregno e Bérgamo em 5:13.39 horas, impondo-se aos companheiros da fuga num sprint a três que deixou o irlandês Ben Healy (EF Education-Easy Post) em segundo e o italiano Marco Frigo (Israel-Premier Tech) em terceiro.
Na geral, o francês Bruno Armirail (Groupama-FDJ) segurou a liderança, embora tenha visto a diferença para os perseguidores encurtada, e tem agora 1.08 minutos de vantagem sobre o britânico Geraint Thomas (INEOS), segundo, 1.10 sobre o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), terceiro, e 1.30 sobre o português João Almeida (UAE Emirates), quarto e líder da juventude.
Este foi de novo um dia ‘entregue’ à fuga, que voltou a ter mais de 10 elementos e teve uma luta entre Healy e o colombiano Einer Rubio (Movistar), ambos já com uma vitória em etapa no bolso, pelos pontos das várias montanhas categorizadas, estando agora em condições de ameaçar a liderança do italiano Davide Bais (EOLO Kometa).
McNulty seria sempre uma das ameaças na chegada a Bérgamo, como o irlandês, que percebeu que tinha de se isolar, já antes da principal subida do dia, e assim o fez, com o norte-americano no encalço.
Foi um autêntico contrarrelógio o encetado pelo gregário de João Almeida, conseguindo alcançar Healy e, depois, derrotá-lo ao sprint, quando Marco Frigo também já se tinha juntado à dupla.
“Indescritível. O meu objetivo era este, mas adoeci no contrarrelógio. Não sabia como ia ser, mas hoje correu tudo bem e estou superfeliz”, contou McNulty.
Tanta vez no trabalho em prol de líderes como o esloveno Tadej Pogacar ou João Almeida, o talentoso trepador de 25 anos, que se defende bem no ‘crono’, deu hoje mostras da qualidade ao bater Healy e outros adversários de peso.
“Na última subida longa, tentei ir, e pensei que estava tudo perdido porque o Ben estava tão forte. Consegui arrastar-me de volta, descansei, e depois jogámos um com o outro no plano”, contou.
De resto, McNulty admitiu que o objetivo da equipa era a geral individual e o seu pessoal o de ganhar uma etapa, pelo que agora “dá para concentrar completamente no João”.
O português também não deixou os créditos por mãos alheias e hoje, na última dificuldade do dia, nos últimos quatro quilómetros, começou a selecionar o grupo dos favoritos, com a ajuda de Geraint Thomas.
O resultado foi a liderança encurtada para Armirail e alguns outros candidatos ao ‘top 10’ perderem tempo, ainda que a relação de forças nos favoritos tenha continuado na mesma, num Giro cada vez mais focado exclusivamente na última semana, com 15 etapas de puro prelúdio à corrida ‘a sério’.
Na segunda-feira, o pelotão goza o último dia de descanso até ao final, no próximo domingo em Roma.
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