Câncer de cólon: o que é a doença que matou Rei Pelé e Dinamite
O mundo chora a morte recente de dois dos maiores jogadores de todos os tempos. Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, morreu na tarde desta quinta-feira (29/12) aos 82 anos em função de um câncer de intestino, um dos mais letais. Mesma causa da morte de Roberto Dinamite, ídolo do Vasco, que se foi neste domingo (08/01). No mundo, o colorretal é o terceiro câncer que mais mata. A doença pode englobar tumores no cólon, no reto ou em ambos, podendo atingir ainda o ânus. No caso de Pelé, o foco era no cólon, mas já havia metástase em outros órgãos. O tumor foi identificado em setembro de 2023, segundo boletins do Hospital Albert Einstein, onde Pelé estava internado desde 29 de novembro. Na época, o ex-jogador chegou a fazer uma cirurgia para retirada do tumor. Mas como explica a médica oncologista Erika Simplicio, às vezes uma célula escapa.
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Pelé, em foto postada nas redes sociais: maior jogador de todos os tempos morreu em consequência do agravamento de um câncer de cólon — Foto: Reprodução Instagram
- Mesmo em uma cirurgia em que se retira o câncer todo, pode haver uma recidiva. A gente pode ter uma célula que escapa, cai na circulação e atinge um outro órgão, causando a metástase. Isso atinge principalmente fígado e pulmão - observa, antes de esclarecer sobre causas, sintomas, diagnóstico e tratamento da doença, além de fatores de risco modificáveis que podem ajudar a preveni-la.
2 de 4 O câncer de intestino ou colorretal é uma doença caracterizada pelo surgimento de tumores malignos no cólon, que é uma parte do intestino grosso, além do reto e do ânus — Foto: Istock Getty Images
O câncer de intestino ou colorretal é uma doença caracterizada pelo surgimento de tumores malignos no cólon, que é uma parte do intestino grosso, além do reto e do ânus — Foto: Istock Getty Images
O câncer de intestino ou colorretal é uma doença caracterizada pelo surgimento de tumores malignos no cólon, que é uma parte do intestino grosso, além do reto e do ânus. Na maioria das vezes, é precedido pelo aparecimento de adenomas, pólipos que podem ou não evoluir para o câncer. Ou seja, nem todo pólipo se torna um câncer, mas quase todo câncer é precedido por um pólipo.
3 de 4 Pólipos no intestino: esse é o primeiro sinal de uma possibilidade de câncer futuro e deve ser investigado — Foto: Istock Getty Images
Pólipos no intestino: esse é o primeiro sinal de uma possibilidade de câncer futuro e deve ser investigado — Foto: Istock Getty Images
💥️Gerais:
💥️Quando há metástase no pulmão também há:
💥️Quando há metástase no fígado também há:
💥️Quando há metástase nos ossos também há:
4 de 4 O câncer de intestino é o terceiro tipo de câncer que mais mata no mundo — Foto: Istock Getty Images
O câncer de intestino é o terceiro tipo de câncer que mais mata no mundo — Foto: Istock Getty Images
A médica explica que a doença é multifatorial. Um dos fatores, no entanto, é genético: ter parentes que já tiveram câncer de intestino é indicativo de aumento de chance de desenvolver a doença. Mas há vários fatores de risco, alguns modificáveis, como mostraremos abaixo.
💥️Fatores de risco não modificáveis:
💥️Fatores de risco modificáveis:
Fazer o rastreamento de pólipos e do tumor ainda em seu início através do exame regular de colonoscopia é fundamental para tentar descobrir a doença precocemente. Os sintomas citados acima normalmente só começam a aparecer quando o câncer já está avançado, e os exames de rastreamento são importantes para que ele seja descoberto antes de se agravar.
- A taxa de cura é diretamente proporcional ao quão precoce é o diagnóstico, e pode chegar a mais de 90% em tumores iniciais localizados, sem acometimento de linfonodos - destaca a oncologista.
Mudanças de hábitos que cortem fatores de risco também fazem toda a diferença no prognóstico da doença, e evitar sedentarismo, cigarro, álcool e alimentos ultraprocessados é fundamental, além de manter um peso adequado à altura e à composição corporal de cada pessoa. Em matéria sobre o caso do ator Chadwick Boseman, o Pantera Negra dos filmes da Marvel, também morto em função da doença, o pesquisador Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ressalta que a atividade física têm grande influência na prevenção e no tratamento.
- O Fundo Global de Pesquisa em Câncer reconhece o papel da atividade física na redução de risco de três tipos de câncer: de mama, colorretal e de endométrio, especialmente os dois primeiros. Já o Colégio Americano de Medicina do Esporte inclui os de bexiga, esôfago, estômago e rins, além dos três primeiros. O certo é que mama e colorretal são uma unanimidade em todo o mundo - comenta Leandro, que desde 2014 pesquisa a relação entre atividade física e câncer.
Segundo um dos estudos liderados por Leandro e publicado em 2023, praticar um mínimo de 150 minutos semanais de atividades físicas regulares na adolescência ou na vida adulta diminui o risco de aparecimento de adenomas em 10%, enquanto praticar continuamente na adolescência e na vida adulta reduz em 24%.
Já Erika revela que o consumo de carnes processadas e outros alimentos ultraprocessados aumenta o risco de desenvolvimento deste tipo de câncer em 16%.
- Adotar hábitos saudáveis tem impacto positivo tanto na prevenção quanto no prognóstico da doença e diminuição da chance de recidiva (volta do câncer) - afirma a oncologista.
💥️Dicas de prevenção:
💥️Quando a doença é localizada na área de cólon, reto e ânus, os tratamentos podem incluir:
💥️Quando há metástase, as opções são:
+ Cuidados paliativos: o que é o tratamento e para que serve?
Érika ressalta ainda que, além do tratamento para a doença em si, pacientes com câncer, especialmente com metástase, se beneficiam do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar de 💥️cuidados paliativos. E ressalta que cuidados paliativos não são medidas destinadas apenas a pacientes terminais, mas também aos que estão em tratamento para uma série de doenças, incluindo o câncer, para redução de dor, fadiga, náuseas e outros sintomas, inclusive psicológicos, como ansiedade e depressão. O objetivo é dar qualidade de vida.
- O tratamento oncológico foca na doença, já os cuidados paliativos focam no doente. Eles fazem parte da fase terminal da doença, mas não são nem devem ser exclusivos dela. A sua instituição precoce, junto com o tratamento da doença, ajuda na busca de mais tempo de vida com qualidade - reforça Erika.
💥️Fonte:
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