"Tenho amigos no futebol, mas Dinamite é o grande", afirma Geovani, ex-meia do Vasco
Quando o capixaba Geovani Silva, recém-chegado ao Vasco da Gama, começava a alçar voos maiores, Roberto Dinamite já era visto com ar de admiração. O tempo passou, o meia foi apelidado de Pequeno Príncipe e se tornou amigo de quem tinha como ídolo. A convivência de décadas guarda histórias e boas lembranças da referência eterna que Geovani Silva descreve com as próprias palavras.
O ex-meia e Roberto Dinamite, que faleceu neste domingo, possuem uma história juntos. Em 1982, o capixaba deixou a Desportiva Ferroviária e rumou para o Gigante da Colina. A dupla marcou a década de 80 e início dos anos 90 no Vasco da Gama com quatro títulos do Campeonato Carioca (1982, 1987, 1988 e 1992).
Entre idas e vindas, Geovani Silva defendeu o Cruz-Maltino por 12 anos e até hoje é visto como um dos maiores meias da história do clube carioca. O ex-jogador superou um câncer na coluna vertebral e falou sobre a batalha travada por Roberto Dinamite no final da vida.
- A notícia chega para a gente rápido. É uma coisa chata, ele estava com um câncer no intestino. Sabemos como é difícil o intestino, vai para o hospital tirar um pedaço, depois tira outro. Um grande amigo do futebol. Tenho amigos no futebol. O Roberto é o grande, o grande amigo que tenho no futebol. Mas ele é o grande pelo fato de ter jogado muito tempo com ele - declarou ao 💥️ge.
2 de 3 Vasco 1982 — Foto: Centro de Memória do Vasco
Vasco 1982 — Foto: Centro de Memória do Vasco
Chegado ao Vasco como um jovem promissor, Geovani Silva acompanhava Roberto Dinamite com atenção. A reta inicial no Gigante da Colina foi tão marcante que sua principal memória ao lado do artilheiro foi o título do Campeonato Carioca 1982. Na ocasião, o Vasco derrotou o Flamengo na final e chegou ao seu 15º título estadual.
- Cheguei em 82. Imagina eu em 82, novinho, chegando e jogando com o ídolo Roberto Dinamite. Imagina que responsabilidade e alegria ao mesmo tempo. Eu subi em 82, já estava quase no meio do ano, jogava pelo Junior. No primeiro treino que completei o profissional, em um coletivo, acabei ficando. O Roberto sempre dando conselhos. Imagina ele vindo da Copa do Mundo de 82, que não participou mas tinha ido. Eu ali olhando o Roberto Dinamite, maior ídolo do clube, e a amizade sendo feita.
3 de 3 Geovani Silva e Romário jogaram juntos pela primeira vez em 1985 — Foto: Instagram
Geovani Silva e Romário jogaram juntos pela primeira vez em 1985 — Foto: Instagram
No entanto, Geovani Silva não guarda para si a honra de ter tido a presença de Roberto Dinamite. O ex-meia conta que o maior ídolo vascaíno se doou para o clube mesmo como veterano. Homenageado recentemente por Romário, o atacante também foi importante no início da carreira do Baixinho.
- Sou mais velho que o Romário. O Romário só subiu em 85. O Roberto, além de artilheiro, ele era um ídolo e todo mundo sabe. O Roberto, na simplicidade dele, não estava preocupado em ser artilheiro. Ele estava preocupado com o time. Ele queria fazer gol, lógico, como fez bastante, mas ele recuou um pouquinho para Romário entrar de 11 pelo lado esquerdo. Roberto nunca reclamou disso. Esse é o ídolo, o homem e ser humano Roberto Dinamite. A idade que ele tinha era nenhuma no meio de futebol com a gente. Ele era um ídolo, mas se sentia o mais simples de todos os jogadores, ajudou bastante a gente.
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