Caminhoneiro guarda na carteira o primeiro autógrafo dado por Endrick: "Não vendo por nada"

As linhas que contornam a assinatura de Endrick estão no bolso de um motorista em cada curva dos destinos mais variados pelo Brasil. Cleiton Paulino Barbosa carrega consigo o primeiro autógrafo de Endrick Felipe Moreira Sousa, até então mais uma criança que sonhava em ser jogador profissional.

O caminhoneiro trabalhava em uma loja de materiais elétricos e mantinha amizade com Douglas, pai de Endrick, graças ao futebol. Os dois jogavam juntos e compartilhavam o sonho de ver o menino que morava em Valparaíso de Goiás brilhar em um grande clube do futebol brasileiro.

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Eis que esse dia chegou. Após quase parar no São Paulo, Endrick recebeu uma proposta do Palmeiras para deixar o interior de Goiás e integrar as categorias de base do clube. Tudo aconteceu muito rápido, mas deu tempo para a despedida de alguns amigos, entre eles Cleiton.

– Quando surgiu a oportunidade de jogar no Palmeiras, como sou torcedor, passaram se despedir na loja onde eu trabalhava. Aí perguntei para ele se já tinha dado autógrafo para alguém. Ele disse que não, então disse que o primeiro seria para mim. Ficou tímido, peguei um bloco de orçamento do meu trabalho e ele assinou.

1 de 2 Cleiton Paulino Barbosa com primeiro autógrafo de Endrick — Foto: Arquivo pessoal

Cleiton Paulino Barbosa com primeiro autógrafo de Endrick — Foto: Arquivo pessoal

A história foi confirmada pelo pai de Endrick. Segundo eles, a assinatura no papel que servia para orçar pedidos de orçamentos se tornou o primeiro autógrafo do centroavante do Palmeiras que a partir de 2024 será jogador do Real Madrid.

– Passei dentro da loja, e o meu amigo começou a conversar. Pediu o autógrafo e disse que iria guardar porque seria o primeiro que o Endrick daria. O Endrick não não tinha nem assinatura, colocou e rabiscou lá e o cara dobrou e guardou na carteira – conta Douglas Ramos, pai de Endrick.

2 de 2 Autógrafo atual de Endrick, do Palmeiras — Foto: Gabriela Troian

Autógrafo atual de Endrick, do Palmeiras — Foto: Gabriela Troian

O autógrafo é uma espécie de amuleto de Cleiton. O caminhoneiro guarda o papel na carteira e o carrega pelas estradas do Brasil durante as entregas para um mercado de Brasília. E se alguém quiser comprar o item raro da carreira de Endrick? Tem preço? Segundo Cleiton, não está à venda.

– Anda na minha carteira a sete chaves, levo para onde vou e mostro para poucas pessoas. É uma lembrança que vou guardar o resto da minha vida. Não venderia, é algo para mim. Se ele me pedisse esse primeiro autógrafo, daria desde que deixasse eu ficar com uma cópia. Não tem dinheiro que compre, minha mulher até diz que tenho mais ciúme do autógrafo do que dela. Vou guardar para o resto da minha vida – disse Cleiton Paulino Barbosa.

Quase sete anos se passaram e muita coisa mudou. O menino tornou-se realidade e o autógrafo deixou de ser um rabisco para ter uma cara de marca registrada 💥️(veja acima a atual assinatura de Endrick), mas aqueles traços no papel retratam uma história que faltaria tinta para descrevê-la.

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