Manipulação na Série B: Tombense afasta jogador por suposta participação em esquema de apostas

O Tombense informou, nesta quarta-feira, que afastou o zagueiro Joseph das atividades do clube. O jogador pode estar envolvido em um esquema de manipulação de resultados nos jogos da Série B. A partida entre Criciúma e Tombense, válida pela última rodada, em 2022, está entre os jogos suspeitos de terem sido manipulados. A investigação que resultou na operação “Penalidade Máxima” é feita pelo Ministério Público de Goiás (MPGO).

O clube informou por meio de nota, que recebeu com "surpresa e indignação a notícia". O presidente do clube, Lane Gaviolle, informou ao ge que o jogador está abalado e que o clube vai acompanhar o caso.

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A marcação de pênaltis no primeiro tempo deste jogo e das partidas entre Sampaio Corrêa e Londrina e Vila Nova-GO e Sport, estão sendo investigadas, por serem objetos de uma aposta composta.

As penalidades deveriam acontecer em todas as partidas durante o primeiro tempo para que os apostadores acertassem o palpite e fossem embolsados. Os investigados teriam movimentando mais de R$ 600 mil.

No jogo entre Criciúma e Tombense, o zagueiro Joseph, do time mineiro, cometeu pênalti sobre Lohan, aos 30 minutos do primeiro tempo, quando o time catarinense vencia por 1 a 0 💥️(veja abaixo).

Pênalti marcado para o Criciúma em jogo com suspeita de manipulação de resultado — Foto: ge 2 de 4 Pênalti marcado para o Criciúma em jogo com suspeita de manipulação de resultado — Foto: ge

Pênalti marcado para o Criciúma em jogo com suspeita de manipulação de resultado — Foto: ge

Em entrevista ao ge, Lane Gaviolle, presidente do Tombense, afirmou que o time não concorda com o ocorrido, mas que não vai “abandonar o jogador”. No entanto, reforçou que, caso o envolvimento de Joseph seja confirmado, ele será afastado em definitivo.

– Ele continua no elenco, só demos uma folga, só afastado por um período. Ele está psicologicamente abalado. Informamos que até segunda resolveria. Questão de cuidar e esperar os acontecimentos.

– Ele tem o advogado particular, se precisar vamos dar apoio. Quando chegou a mim tinha contratado o advogado, vamos dar um apoio e esperar os acontecimentos. Não pode crucificar enquanto não ter provas concretas. Vamos esperar e tomar uma posição – declarou.

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Joseph, Tombense — Foto: Victor Souza/Tombense 3 de 4 Joseph, Tombense — Foto: Victor Souza/Tombense

Joseph, Tombense — Foto: Victor Souza/Tombense

O promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Fernando Martins Cesconetto, detalhou o esquema na terça-feira. O meia Romário, ex-Vila Nova, foi um dos alvos da operação denominada “Penalidade Máxima”. O clube goiano foi o denunciante do caso.

Outro investigado é o lateral Matheusinho, que estava no Sampaio Corrêa e atualmente defende o Cuiabá. Além do zagueiro Joseph, do Tombense, também está na mira dos investigadores o volante Gabriel Domingos, do Vila Nova, que teria emprestado a conta bancária para Romário receber o adiantamento do esquema.

💥️+ Presidente do Vila revela como descobriu o esquema

Segundo o promotor, o esquema de apostas consistia na marcação de pênaltis ainda no primeiro tempo. Os três jogos suspeitos de manipulação são 💥️Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina.

Destas três partidas, apenas em Vila Nova x Sport não houve a marcação do pênalti, fato que, de acordo com Fernando Cesconetto, impediu o êxito da aposta.

O jogador do Vila passou então, segundo o promotor, a ser cobrado por já ter recebido um sinal no valor de R$ 10 mil. Cada jogador envolvido ganharia ao todo R$ 150 mil no esquema. O prejuízo aos apostadores é estimado em R$ 2 milhões.

Pênalti marcado para o Londrina em jogo com suspeita de manipulação de resultado — Foto: ge 4 de 4 Pênalti marcado para o Londrina em jogo com suspeita de manipulação de resultado — Foto: ge

Pênalti marcado para o Londrina em jogo com suspeita de manipulação de resultado — Foto: ge

- A manipulação consistia em cometer pênaltis sempre no primeiro tempo dos jogos de forma a garantir um elevado ganho financeiro para os apostadores e também para atletas direta ou indiretamente envolvidos. Acontece que para a aposta dar certo, era necessário que os pênaltis ocorressem nos três jogos. Em dois jogos, os pênaltis aconteceram. No caso do jogo do Vila Nova, que é a vítima e denunciante do caso, o pênalti não aconteceu. Isso gerou prejuízo para os apostadores. Estima-se que o prejuízo aos apostadores foi de R$ 2 milhões – disse o promotor, que completou:

- O ganho para cada jogador envolvido seria de R$ 150 mil. Seriam pagos R$ 10 mil adiantados e R$ 140 mil após o êxito. Como no jogo do Vila Nova não houve o pênalti, mas houve o pagamento do sinal (R$ 10 mil) para o jogador envolvido, o apostador passou a cobrar excessivamente o atleta pelo prejuízo causado, já que nos outros jogos houve o pênalti, e os atores envolvidos esperavam receber cada um R$ 150 mil.

O promotor de Justiça afirmou que a investigação ainda será aprofundada. Os envolvidos, sejam eles apostadores ou jogadores envolvidos, podem responder por associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção em âmbito esportivo.

Em nota, Vila Nova e Sampaio Corrêa, dois dos clubes com jogadores envolvidos no caso, afirmaram que apoiam as investigações.

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