Rondoniense se reinventa nos EUA, fica entre os quatro melhores em torneio da UPSL e brilha com camisa de filial do Santa Cruz-P

Kellvy, rondoniense, atuando pelo Santa Cruz, dos Estados Unidos — Foto: Bruno De Witt Zanotto/BZFilms 1 de 5 Kellvy, rondoniense, atuando pelo Santa Cruz, dos Estados Unidos — Foto: Bruno De Witt Zanotto/BZFilms

Kellvy, rondoniense, atuando pelo Santa Cruz, dos Estados Unidos — Foto: Bruno De Witt Zanotto/BZFilms

Uma trajetória de recomeços. Assim que se pode definir o que se passou até aqui na vida de Kellvy, ex-Real Ariquemes. O jogador selecionado pelo furacão do Vale do Jamari para a Copinha 2022 já havia batalhado para seguir com o sonho de ser jogador de futebol em Rondônia, teve que ser serralheiro e vidraceiro. Conseguiu retornar ao futebol e esteve em campo, atuou três vezes e fez um gol. Mas e se eu te contar que a história se repetiu?!

Logo ao final do desempenho do atleta na competição o jogador teve que se mudar para os Estados Unidos. Por lá, o objetivo inicial não era o "soccer" e sim o trabalho.

- Meu pai me chamou para morar com ele nos Estados Unidos. Ele já morava aqui há algum tempo e mesmo que minha vontade seja estar no Real pela estrutura e por tudo que estava proporcionando para minha carreira. Infelizmente o futebol de Rondônia hoje aqui é muito instável. É três meses de campeonato, se você não for o campeão. Você fica sem calendário e desempregado. Com medo dessas coisas acontecerem comigo, acabei não renovando com o Real e vindo para os Estados Unidos morar com meu pai. Trabalhar aqui - conta ao ge.globo/ro.

Kellvy, Real Ariquemes — Foto: Josiel Silva 2 de 5 Kellvy, Real Ariquemes — Foto: Josiel Silva

Kellvy, Real Ariquemes — Foto: Josiel Silva

Mas quem disse que o talento não falaria novamente? Mesmo sem essa pretensão, atuando com amigos nos EUA, uma nova oportunidade surgiu. Kellvy poderia fazer testes no Santa Cruz, equipe de Lowell, Massachusetts, que disputa a 💥️UPSL Championships. A filial do Santa Cruz-PE reconheceu o talento do rondoniense que passou a atuar pela equipe.

- Eu fui jogar uma pelada com brasileiros e acabei sendo observado aqui. O dono do clube era brasileiro e estava observando. Fiz um teste e ele gostou. Fiz um dia e no primeiro teste ele me aprovou. E aí, comecei a conciliar o trabalho e o Santa Cruz. Eu treinava à noite, trabalhava de manhã e de tarde. Os jogos eram nos sábados - conta.

Kellvy, rondoniense de Ji-Paraná, atuando pelo Santa Cruz, dos Estados Unidos — Foto: Caio Vinícius Moraes/Caioview 3 de 5 Kellvy, rondoniense de Ji-Paraná, atuando pelo Santa Cruz, dos Estados Unidos — Foto: Caio Vinícius Moraes/Caioview

Kellvy, rondoniense de Ji-Paraná, atuando pelo Santa Cruz, dos Estados Unidos — Foto: Caio Vinícius Moraes/Caioview

Assim como na vida, a mudança de país requereu adaptações de Kellvy também dentro de campo. Mas o treinador e os companheiros brasileiros ajudaram. O estilo de jogo de quebra de linhas que ele define colocar dentro de campo também ajudou a se encaixar na maneira americana de jogar o soccer.

- O idioma é um fator complicador. Tive que me enturmar e fazer amizades para me estabelecer. O técnico era português e isso me ajudou bastante. Ele e os brasileiros me ajudaram - relata.

Kelvvy (terceiro, da esquerda para a direita) perfilado com a camisa do Santa Cruz — Foto: Bruno De Witt Zanotto/BZFilms 4 de 5 Kelvvy (terceiro, da esquerda para a direita) perfilado com a camisa do Santa Cruz — Foto: Bruno De Witt Zanotto/BZFilms

Kelvvy (terceiro, da esquerda para a direita) perfilado com a camisa do Santa Cruz — Foto: Bruno De Witt Zanotto/BZFilms

O resultado disso foi gols e performance destacada. Um dos jogadores mais importantes da equipe, Kellvy fez parte da campanha que chegou ao Final Four da Nacional UPSL Fall 2022. Figurando entre as quatro melhores equipes da competição. O time perdeu a "semifinal" para o SCU Heat, de Columbia. O garoto saído do bairro Primavera, em Ji-Paraná, ainda ficou entre os dez melhores das disputas e hoje segue o sonho de ser jogador, agora nos Estados Unidos.

- Quando apareceu essa oportunidade pra mim, nem acreditei. Assim que eu saí do Real, desanimei. Achei que nunca mais ia poder jogar profissionalmente e é tudo no tempo de Deus as coisas que acontecem com a gente. É tudo no tempo de Deus e Graças a Deus hoje eu estou podendo fazer o que gosto. Tô trabalhando sim, mas tô podendo fazer o que gosto, jogando profissionalmente e já ganhei quatro títulos pelo Santa Cruz aqui. Tinha quatrocentos times e a gente ficou em terceiro. Fomos disputar as finais dos nacionais. Perdemos a semifinal de 1 a 0 com gol aos 88. Ganhamos o terceiro lugar por 3 a 0. Eu dei uma assistência e comecei o terceiro gol. O primeiro gol eu dei a assistência e o terceiro gol eu comecei a jogada. Quer dizer, to podendo sonhar novamente - finaliza.

Nome de kellvy (listado como Lima) entre os dez melhores da UPSL — Foto: Divulgação 5 de 5 Nome de kellvy (listado como Lima) entre os dez melhores da UPSL — Foto: Divulgação

Nome de kellvy (listado como Lima) entre os dez melhores da UPSL — Foto: Divulgação

O futebol dos Estados Unidos é formado por ligas independentes. Não há acesso e descenso entre elas e são geridas por suas respectivas gestoras. A UPSL foi formada em 2011 tendo mais de 400 times filiados. A UPSL é agora a maior Liga de Desenvolvimento Profissional da América do Norte e é um membro afiliado nacional da Federação de Futebol dos Estados Unidos (USSF). Cada equipe UPSL pertence e é operada individualmente. As equipes UPSL são elegíveis para participar das rodadas de qualificação da US Open Cup por meio da afiliação da liga com o USSF.

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