Análise: sem Hulk, Atlético-MG tem rotação lenta e fica devendo em estreia na Libertadores
As estatísticas da partida apresentam um massacre em alguns aspectos. O Atlético-MG dominou a posse de bola (quase 80%), e finalizou 20 vezes contra o Carabobo. Entretanto, saiu de campo com empate 0 a 0 frustrante na estreia da Copa Libertadores. Franco favorito do duelo, o Galo saiu devendo.
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Eduardo Coudet apostou numa formação com Ademir na vaga de Hulk. O dono de 7 gols em 5 jogos pelo Galo, que definiu praticamente todas as partidas da temporada, é uma ausência imensurável. Ainda assim, o Atlético acertou a trave (Paulinho) e teve boas chances com Pedrinho.
Por outro lado, no primeiro tempo, o time conviveu com sustos defensivos. O Carabobo se fechou e impedia a transição do Galo pelo meio. Em um erro de passe de Paulinho (após chapéu para trás), quase o time da casa abriu o placar. Graças a Everson, o estrago não foi feito.
Houve claras dificuldades contra um time com 10 jogadores atrás da linha da bola. O esquema tático de Coudet não tem pontas, em tese, mas faz com que Paulinho e Ademir tentassem sair da zona de confronto dos zagueiros, buscando espaços nas extremidades. Pedrinho é participativo, ainda que cometa muitas decisões ruins de finalização - chutes e passes para chutes.
Eduardo Coudet e Pedrinho falaram sobre o gramado do estádio Olímpico da UCV. Parecia ruim, realmente, impedindo que a bola ficasse estável em toques rasteiros. Ainda assim, ficou evidente também uma lentidão na transição, com passes burocráticos no meio de campo. Os laterais Mariano e Dodô, principalmente o canhoto, cresceram na partida após atuações bem fracas na etapa inicial.
1 de 2 Lance de Carabobo x Atlético-MG na Libertadores — Foto: Pedro Souza/CAMLance de Carabobo x Atlético-MG na Libertadores — Foto: Pedro Souza/CAM
Ademir, que jogou fora das suas características, até lutou bastante, criou uma ótima chance de gol (Paulinho falhou), e acabou sacado para a entrada de Eduardo Sasha que, apesar de não ter um físico de camisa 9, tem bem mais presença de área.
Um segundo tempo de total domínio, com Everson pouco aparecendo. Uma entrada positiva de Igor Gomes, que, mesmo seguindo a tendência de passes no estilo "chuveirinho", tem decisões técnicas mais rápidas do que, por exemplo, Edenilson.
Claramente, o Atlético se mostrou desconfortável com as ausências de Hulk e Vargas, e até mesmo de Pavón. Tinha apenas Sasha e o jovem Cadu como opções ofensivas. Foi um resultado pouco (ou nada) satisfatório. Tudo indica que o Galo terá uma atuação bem mais tranquila no jogo de volta, diante da diferença grande de patamar técnico, financeiro, estrutural dos clubes. Mas a partida de ida gera necessidade de seguir ajustando um trabalho que bateu, recentemente, o primeiro mês de partidas.
Ainda é muito cedo para qualquer crítica definitiva ou qualquer cenário de desespero. A logística para a Venezuela é pesada. O Galo foi semifinalista da Libertadores de 2023 empatando (na Venezuela) na estreia. Coudet estrou com empate na segunda fase da competição pelo Inter, em 2023.
Mas é impossível não imaginar que ele poderia testar outras formações táticas, principalmente utilizando mais pontas, e buscar diminuir a óbvia dependência técnica de um início de ano avassalador de Hulk.
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