Análise: nervoso e sem criatividade, Fluminense-PI tem noite para esquecer na Copa do Brasil

Mesmo jogando em casa, ser derrotado por uma equipe de Série B não seria algo surpreendente para o Fluminense-PI. Impossível ignorar a disparidade entre o investimento das duas equipes, e por isso o Vaqueiro entrava como azarão, que buscava surpreender, como fez em 2022. Mas a surpresa foi no rumo oposto. Não pela derrota em si, mas pelo placar e pela facilidade que ele foi construído. Um time que, em nenhum momento, andou sequer perto de ameaçar a Ponte Preta, que veio em Teresina a passeio.

1 de 2 Jogadores da Ponte Preta comemoram gol contra Fluminense-PI na Copa do Brasil — Foto: Weslley Douglas

Jogadores da Ponte Preta comemoram gol contra Fluminense-PI na Copa do Brasil — Foto: Weslley Douglas

O time de Campinas teve domínio total da partida desde os primeiros minutos. Com menos de 10 minutos, o goleiro Jeferson já se mostrava como destaque da partida com boas defesa, mas nem ele foi incapaz de impedir quando Mateus Silva, em jogada originada de rebote de escanteio, entrou livre de frente para a pequena área e cabeceou para o gol. A Ponte continuou em cima, mas esbarrando sempre na boa atuação de Jeferson, a única que se destacou positivamente no Vaqueiro nesta terça-feira. Se não fosse por ele, o placar final poderia ser bem mais elástico.

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O time piauiense chegava a avançar, mas demonstrava nervosismo e errava muitos passes. Rondava a área da Ponte, mas sem qualquer criatividade para construir jogadas, romper linhas e criar chances reais de empatar. O Flu-PI tinha mais posse de bola, mas era completamente inútil. Caíque França, goleiro pontepretano, foi quase um espectador de luxo assistindo o jogo de dentro de campo. Centroavante, Mateusão estava isolado e, sem receber a bola em boas condições, ficou sumido na maior parte da partida.

O nervosismo piauiense foi demonstrado também no número de cartões amarelos, alguns até mesmo desnecessários. Ao fim do primeiro tempo, metade dos jogadores de linha estavam amarelados. A expulsão não veio, muito porque os jogadores acabaram tirando o pé. Mais liberdade para a Ponte, que parecia jogar em ritmo de treino, trocando passes e martelando o goleiro Jeferson até que ele cedesse. Ao fim do primeiro tempo, eram 10 finalizações da Macaca contra 4 do Vaqueiro. No final, foram 22 finalizações dos visitantes, contra apenas 6 dos donos da casa.

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A pressão da Ponte deu resultado no fim do primeiro tempo, quando Jeh recebeu perto da linha de fundo, tentou o passe para o meio da área e viu Lucão empurrar para o próprio gol. Em uma noite ruim para todos, o gol contra sacramentou a atuação do zagueiro como destaque negativo, depois de errar saídas de bola, falhar na marcação no primeiro gol e não conseguir se impor frente ao ataque adversário.

2 de 2 Fluminense-PI x Ponte Preta - Copa do Brasil 2023 — Foto: Weslley Douglas

Fluminense-PI x Ponte Preta - Copa do Brasil 2023 — Foto: Weslley Douglas

O segundo tempo foi praticamente uma reprise do primeiro. A Ponte chegava com facilidade ao ataque e seguia finalizando, lamentando as defesas de Jeferson mas com a certeza de que, eventualmente, a bola entraria, como de fato entrou. Aos 9, Pablo Dyego ampliou e, poucos minutos depois, Jeh deu números finais ao placar.

Se a Copa do Nordeste nunca foi tratada como prioridade pelo Fluminense-PI, a Copa do Brasil, com seu formato de jogo único e grande proveito econômico, era um sonho possível, que se esfacelou e se transformou em pesadelo no Lindolfo Monteiro. A campanha tranquila no Piauiense segue, o time continua como um dos favoritos ao título, mas atuações como a desta terça mostra que mudanças precisam ser feitas se o clube quiser ir mais longe na Série D.

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