Copa do Brasil raiz 1: Ponte passeou
Esta semana fui brindado com uma tarefa dentre as que mais adoro: acompanhar a primeira fase da Copa do Brasil, mais detidamente entre times que não estão na elite do nosso futebol. Comecei na terça-feira com o Fluminense-PI recebendo a Ponte Preta. Antes de a bola rolar, eu lembrava: se o Tricolor que entra em campo for o do Piauiense, tinha alguma chance (é o atual campeão estadual, e vai ponteando sem problemas a primeira fase da edição 2023), mas saindo das fronteiras piauienses, o time não venceu nenhuma das cinco partidas na Copa do Nordeste. E, nesse caso, o favoritismo passava à Ponte, que segue de vento em popa na Série A2 do Paulista, com um poder ofensivo admirável (não obstante a fragilidade dos oponentes) que lhe permitiu fazer gols em 12 dos 13 jogos. Conclusão: o Flu-PI jogou num nível inferior ao da Copa do Nordeste, tomou 4 a 0 e só não foi de uns oito porque seu goleiro, Jeferson, foi o maior nome individual da partida.
Além da curiosidade por saber qual seria o jogo do Fluminense, também queria saber como a Ponte se comportaria sem seu principal jogador, o talentoso Elvis - quem passa, quem arma, quem dita o ritmo, o homem das bolas paradas. Mas ao entender a primeira questão, a segunda respondeu-se automaticamente: os anfitriões não tinham qualidade para avançar, então a Macaca não precisou de seu maestro. Logo aos 10 minutos, Amaral, da esquerda, viu Pablo Dyego na área e mandou o passe. A zaga adversária estava completamente desalinhada, e deixou o atacante dar a assistência de cabeça para o zagueiro Matheus Silva chapear e fazer 1 a 0.
Se até ali o time de Eduardo dos Santos já não demonstrava capacidade, depois do gol (que o obrigava a virar o jogo para chegar à segunda fase, contra o Brasil-RS) o cenário virou um jogo de um só time. A Ponte Preta continuou atacando como se, em vez do empate, precisasse de saldo de gols - e com isso começou a fazer a fama de Jefferson, goleiro rival. Até os 43 minutos, quando Jeh recebeu um lateral de costas para o gol. Fez o giro sobre Weverton, tocou na pequena área e Lucão mandou para as próprias redes: 2 a 0.
Ah, mas no segundo tempo, jogando em casa, o Fluminense virá com tudo... não. Veio com nada. A Ponte continuou atacando quase protocolarmente, por obrigação. Aos 8 minutos, Jeh recebeu na esquerda. Pablo Dyego arrancou por dentro, atacando o espaço (uma verdadeira avenida) sem que Lucão conseguisse acompanhá-lo. A bola chegou macia e Pablo Dyego acertou um belo chute com efeito: 3 a 0. Jefferson continuou brilhando, evitando um vexame histórico de seu time. Na Ponte, o time se poupava, com exceção de Jeh, que havia feito seis gols no Estadual e queria porque queria deixar seu golzinho num jogo mais acessível. E, enfim, aos 27, Jeh marcou de cabeça - Jefferson estava no lance mas, desta vez, não conseguiu salvar: 4 a 0.
A Ponte tem boas perspectivas. Tem tudo para voltar à elite paulista para 2024; pode faturar um troco a mais superando o Brasil-RS; e, numa Série B sem nenhum dos gigantes nacionais, o time de Hélio dos Anjos pode, sim, sonhar com a elite nacional também no ano de 2024. Pode não acontecer nada disso, mas não é a tendência. Já o Fluminense... o que me parece ser a tarefa de seu torcedor é manter o apoio para que o time conquiste o bicampeonato piauiense. É a conquista possível. Com seu fôlego financeiro, pensar em conquistas fora das fronteiras do Estado, é sonhar com passos maiores do que as pernas...
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