Dos estágios ao ensino profissional, a “receita” para baixar o desemprego jovem &

Contra ventos e marés, o mercado de trabalho português tem dado provas de 💥️resiliência. Mas 💥️nem tudo está bem. A taxa de 💥️desemprego jovem está longe dos máximos históricos, mas voltou a ultrapassar a fasquia dos 20% no último ano. “Não é admissível”, alertou recentemente a ministra do Trabalho. Como inverter o cenário? Os economistas ouvidos pelo ECO apelam a um melhor alinhamento entre a formação e o mercado de trabalho,💥️ o reforço do ensino profissional, o alargamento dos estágios e a promoção do 💥️crescimento das 💥️empresas.

Comecemos pelo diagnóstico. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 💥️a taxa de desemprego entre os trabalhadores dos 16 aos 24 anos foi de 20,3% no último ano, o que correspondeu a um aumento de 1,2 pontos percentuais face ao ano anterior.

Também a taxa de desemprego relativa à globalidade do mercado de trabalho agravou-se em 2023, mas, 💥️nesse caso, o aumento foi de apenas 0,4 pontos percentuais, tendo o indicador atingido os 6,5%. Ou seja, a taxa de desemprego jovem foi mais do triplo da registada no conjunto do mercado de trabalho.

A somar às razões acima apontadas para o desemprego jovem está o próprio 💥️perfil da economia portuguesa, onde setores com “níveis de 💥️produtividade abaixo da média” têm um peso muito significativo. Quem o diz é José Reis, da Universidade de Coimbra, referindo-se ao setor dos serviços.

Perante um mercado dominado por essas atividades, os jovens tendem a “💥️retardar a sua entrada no mercado de trabalho, na expectativa de encontrar empregos mais justos“, argumenta o professor. Entende, assim, que o mercado de trabalho português “💥️não é amigo de uma boa parte dos jovens“.

Na mesma linha, Pedro Braz Teixeira, do Fórum para a Competitividade, salienta que o que existe hoje na economia portuguesa são muitos empregos que exigem baixa formação (nomeadamente, no turismo) e 💥️jovens com cada vez mais competências, que não se encaixam nesses postos.

Precisamos de desenvolver os setores da economia que tenham capacidade empresarial elevada, empresários qualificados, processos organizacionais e produtivos criadores de valor, que puxem a média da produtividade para cima.

José Reis

Universidade de Coimbra

Face a esse cenário, o economista defende que é preciso💥️ mitigar os obstáculos ao crescimento das 💥️empresas, já que os empregadores maiores são também os que oferece empregos mais atrativos. Por exemplo, não estabelecer que apenas as pequenas têm direito a apoios, deixando as demais sem suporte, numa espécie de castigo pela sua dimensão.

“Precisamos de desenvolver os setores da economia que tenham capacidade empresarial elevada, empresários qualificados, processos organizacionais e produtivos criadores de valor, que puxem a média da produtividade para cima. É isso que precisamos de fazer”, declara, no mesmo sentido, o professor José Reis.

Um espada de dois gumes

Perante um mercado de trabalho segmentado, é este o momento para limitar os contratos a prazo, que tanto pesam sobre os jovens? O professor João Cerejeira avisa que essa é uma espada de dois gumes, já que, sim, poderia 💥️trazer estabilidade aos 💥️trabalhadores, mas também tornaria 💥️mais difícil a entrada no mercado, sobretudo dos menos qualificados.

Por outro lado, o especialista da Universidade do Minho chama a atenção para uma experiência que tem sido feita em Espanha nos últimos anos: os 💥️contratos de trabalho 💥️intermitentes, que permitem dar estabilidade aos trabalhadores, apesar da sazonalidade, isto é, o profissional mantém o vínculo a uma mesma entidade, mesmo que durante vários meses do ano não lhes preste funções, nem dele receba rendimento.

João Cerejeira defende também que seria benéfico agir no aconselhamento dos próprios jovens, 💥️promovendo uma ligação maior entre o sistema de ensino e o serviço público do 💥️emprego.

Continuamos a ter muitos cursos que estão a formar pessoas para o desemprego. É preciso haver mais informação sobre a empregabilidade dos cursos.

Pedro Braz Teixeira

Economista do Fórum para a Competitividade

Outra solução seria o reforço e alargamento dos estágios. “Hoje estão muito voltados para o ensino superior. Grande parte dos apoios está a ser canalizada para jovens já com o ensino superior. 💥️Provavelmente, teremos de ser mais abrangentes“, afirma.

Já Pedro Braz Teixeira avisa que vale a pena melhorar o alinhamento a formação dos jovens com o mercado de trabalho. “💥️É preciso haver mais informação sobre a empregabilidade dos cursos“, salienta.

Sugere também que devem ser melhoradas as plataformas nas quais são divulgadas as ofertas de emprego e 💥️até lembra que a Inteligência Artificial pode vir a dar uma mão. “Pode acelerar os casamentos” entre as empresas e os jovens, diz o economista, já a pensar no futuro.

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