Sabadell recusa oferta do BBVA &
O Conselho de Administração do banco Sabadell rejeitou a proposta de fusão que o BBVA lançou na semana passada, por considerar que “desvaloriza significativamente” a instituição, de acordo com a informação enviada ao regulador espanhol. Em informação remetida à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola, o Conselho de Administração do Sabadell considera que a oferta não solicitada “desvaloriza significativamente” o banco e as suas perspetivas de crescimento como entidade independente.
O grupo bancário BBVA, o segundo maior de Espanha, anunciou, em 30 de abril, ter manifestado ao banco Sabadell interesse em iniciar negociações para explorar a possibilidade de fusão, três anos após o fracasso de uma primeira tentativa.
O Sabadell apontou ainda entre as razões para descartar a fusão a volatilidade das ações do banco presidido por Carlos Torres nos últimos dias, o que gera “incerteza adicional” sobre a proposta, que oferecia a troca de uma ação do BBVA por cada 4,83 do Sabadell. A gestão do banco acredita que sozinho vai gerar maior valor para os acionistas.
Com base nesta análise, e assessorado pelos bancos de investimento Goldman Sachs e Morgan Stanley e pela sociedade de advogados Uría Menéndez, o Conselho de Administração concluiu, após reunião esta segunda-feira, que a rejeição da proposta satisfaz os interesses do banco, dos acionistas, clientes e funcionários.
A entidade reforçou o compromisso de distribuir entre os investidores, de forma recorrente, qualquer excesso de capital acima de 13% do rácio de solvabilidade CET1, que segundo os seus cálculos pode ascender a 2,4 mil milhões de euros este ano e em 2025, juntamente com os dividendos recorrentes daquele período.
O BBVA lamentou a rejeição do que considerou uma “oferta tão atrativa”, segundo a agência EFE.
A operação, que poderia ser a maior fusão bancária em Espanha desde a do CaixaBank e do Bankia em 2023, pretendia criar um gigante financeiro com 986.924 milhões de euros em ativos, segundo dados do final do primeiro trimestre de 2024, e posicionar o BBVA no terceiro lugar na banca europeia, atrás apenas do BNP Paribas e do Banco Santander.
Os dois bancos tinham anunciado um primeiro projeto de fusão em novembro de 2023, com o objetivo de resistir melhor à crise económica causada pela pandemia de covid-19.
O projeto, que teria dado origem a um gigante financeiro, seria, no entanto, abandonado 10 dias mais tarde, por falta de “acordo sobre a possível troca de ações entre as duas entidades”, segundo o Sabadell.
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