Cobrança de Haddad ao BC foi ‘desastrada’ e reoneração não muda Selic, dizem economistas

Haddad

Durante anúncios de reoneração de combustíveis, Fernando Haddad cobrou do Banco Central a queda na taxa Selic. (Imagem: Washington Costa/MF)

Ontem, durante o anúncio de reoneração dos 💥️impostos federais sobre a 💥️gasolina e o 💥️etanol, o ministro 💥️Fernando Haddad aproveitou para cobrar do 💥️Banco Central uma revisão da política econômica.

Para ele, a retomada dos impostos está alinhada com as atas do Comitê de Política Monetária (💥️Copom) que sinalizam que o 💥️risco fiscal do novo governo ajudam a pressionar as expectativas do mercado sobre 💥️inflação e, com isso, fazem com que a 💥️Selic se mantenha elevada.

“Estamos dando resposta para o setor produtivo de que o governo vai fazer sua parte, esperando que a monetária reaja da maneira como prevista nas atas”, afirmou Haddad. “As taxas de 💥️juros do Brasil são as mais altas no mundo, produzindo efeitos perversos sobre a economia”, acrescentou.

No entanto, a mudança tributária dos 💥️combustíveis não deve fazer muita diferença em uma pouco provável redução da taxa básica de juros, que está em 13,75% ao ano. É o patamar mais alto da Selic desde janeiro de 2017.

Para Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central, a fala de Haddad foi uma pressão “particularmente desastrada” sobre a autoridade monetária.

Ele ainda destacou que, por mais que o Banco Central veja com bons olhos as medidas que o 💥️Ministério da Fazenda está adotando, a reoneração ajuda a reduzir o desequilíbrio fiscal, mas não é o suficiente para muda trajetória de política monetária.

Étore Sanchez, economista-chefe da 💥️Ativa Investimentos, aponta que a reoneração de combustíveis, ainda que adiada e suavizada, é uma demonstração de força de Haddad.

Por outro lado, os planos fiscais do ministro estão longe de se estabelecerem plenamente, tal qual ainda pouco se sabe sobre o novo arcabouço fiscal.

“As falas do ministro ontem sobre os juros do Banco Central são completamente contraproducentes, e tendem a piorar a necessidade de austeridade do BC”, diz.

Além disso, ele salienta que os dizeres de Haddad ampliam o receio do mercado de que, em 2025, seja indicado para o comando da autoridade monetária sujeito a interferências do Poder Executivo.

A opinião é compartilhada por Sergio Vale. Economista-chefe 💥️MB Associados. Ele disse ao Broadcast que não o faz sentido Haddad colocar pressão sobre o Banco Central e que causa ruídos desnecessários.

Para ele, a reoneração não é fator-chave para cortes na Selic, sendo que o que vai fazer diferença no futuro da taxa de juros é o arcabouço fiscal.

Vale destacar também que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (💥️IPCA) deve sentir as mudanças nos impostos.

Para Bruno Balassiano e Fábio Serrano, do 💥️BTG Pactual, o impacto direto sobre o IPCA é de cerca de +34pb – menor do que a premissa anterior de +74pb, que considerava a reoneração completa. Ou seja, a inflação deve subir nos próximos meses, dificultando ainda mais uma redução da Selic.

O que você está lendo é [Cobrança de Haddad ao BC foi ‘desastrada’ e reoneração não muda Selic, dizem economistas].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...