Sidnei Nehme: Não há quaisquer sinais preocupantes de fuga de capitais
💥️Por Sidnei Moura Nehme, economista e diretor executivo da NGO
O fluxo cambial divulgado ontem pelo BC envolvendo o período 1-31/10 revelou-se positivo em US$ 334,0 milhões, sendo positivo comercial de US$ 2,445 Bi e negativo financeiro de US$ 2.110 Bi. No dia 1º/11, fechando a semana e inicio do mês, apresentou fluxo comercial negativo de US$ 125,0 Mi e financeiro negativo de US$ 805,0 Mi totalizando negativo de US$ 930,0 Mi.
Na semana de 29/10 a 1º/11 o fluxo foi negativo em US$ 1.453,00 Bi (positivo comercial US$ 1.977 Bi e negativo financeiro US$ 3,430 Bi) . A posição dos bancos em 1º/11 está vendida em US$ 6,589 Bi e considerados e deduzidos US$ 2,150 Bi de linhas de financiamentos em moeda estrangeira com recompra tomados do BC, resulta liquida em US$ 4.439 Bi.
Este montante de posição vendida liquida já é sugestivo de que o Banco Central do Brasil oferte novos lotes de financiamento em moeda estrangeira com recompra para os bancos.
No mês de outubro não há sinais líquidos de saída significativa de recursos financeiros líquidos do país, já que o fluxo financeiro do mês até o dia 31 ficou em US$ 2,110 Bi.
No ano até 1º/11 o fluxo cambial está positivo em US$ 17,444 Bi, comercial positivo em US$ 39,363 Bi e financeiro negativo em US$ 21,918 Bi, tendo sido este volume financeiro desfavorável pelo grande volume de saída de recursos aplicados em carteira de renda fixa (US$ 16,5 Bi nos meses de agosto e setembro) motivados pela perspectiva, posteriormente confirmada, do aumento de juro americano.
Importante observar que há um volume líquido de cambio de fluxo cambial a ser contratado (físico maior do que contratado), data base final de outubro da ordem de US$ 11,723 Bi, que será agregado ao fluxo comercial quando o câmbio for contratado.
Não há quaisquer sinais preocupantes de fuga de capitais estrangeiros do país.
Como se pode constatar as variações na formação do preço da moeda americana, revelando em alguns momentos certa volatilidade, não refletem demanda efetiva com pressão no mercado a vista e sim decorre dos posicionamentos de “comprados” e “vendidos” no mercado futuro, algo em torno de US$ 39,0 Bi de cada lado e que se confrontam focando seus interesses, num contexto agora tendente a desfavorável para os “comprados”.
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