Opep conseguirá superar o ruído das ameaças macroeconômicas à demanda do petróleo?

💥️Por Barani Krishnan/ysoke.com

Embora as palavras tenham sido proferidas em uma entrevista publicada, e não em uma coletiva de imprensa ao vivo, elas lembraram aquele antigo Khalid al-Falih já conhecido: calmo, comedido e digno de respeito ao dar ao mercado de petróleo a garantia certa de que precisava, depois da sua pior queda em seis meses.

A entrevista do Ministro de Energia da Arábia Saudita à Arab News teve todos os ingredientes para salvar o dia dos touros do petróleo. Os preços do produto saltaram 2% na sessão europeia desta segunda-feira, depois que Falih rechaçou rumores de falta de união no âmbito da Opep. Ele garantiu que o cartel e sua principal aliada, a Rússia, não falhariam na tentativa de equilibrar o mercado com cortes quando se reunirem no final deste mês. “Vamos fazer o que for necessário”, declarou. E, sim, essa reunião ainda será em 25 de junho, conforme previsto, e não em uma data não revelada em julho, como se especulava, concluiu de forma categórica o ministro.

Mesmo assim, apesar das garantias de Falih, o petróleo encerrou em queda o pregão desta segunda-feira em Nova York, ampliando o tombo do mês passado de 16% no petróleo norte-americano e de 11% no ✅benchmark britânico, fazendo jus ao provérbio “sell in May and go away” (“venda em maio e vá embora”).

Foi registrada uma grande explosão em uma refinaria nos Camarões, e alguns sindicados petrolíferos da Noruega estavam organizando uma greve.

A Rússia estaria retirando seu apoio ao controvertido presidente venezuelano Nicolás Maduro, o que poderia provocar mais confrontos armados nas ruas de Caracas, aumentando o risco político no coração da América do Sul.

No Golfo Pérsico, as forças lideradas pelos EUA explodiram três petroleiros na Síria, ao mesmo tempo em que os norte-americanos aumentam a pressão sobre o país árabe, dificultando o comércio de petróleo entre PKK/YPG e o regime Assad.

Por último, mas não menos importante, a Arábia Saudita elevou os preços do seu petróleo para a Ásia, um sinal de forte demanda, mesmo cortando preços para os EUA e a Europa.

O fato de o petróleo se desvalorizar apesar de tudo isso levanta a questão: será que só a elevação de tom da Opep conseguirá superar o “ruído” das guerras comerciais no mercado atualmente?

Como estamos a apenas três semanas da segunda reunião mais importante do ano para a Opep, vale a pena fazer essa pergunta. Os touros do petróleo esperam que o evento de 25 de junho interrompa a atual queda do mercado e restaure pelo menos parte dos ganhos perdidos no último mês.

Só no início de abril, os futuros de petróleo haviam subido 40% no ano, atingindo as máximas de 2023 a US$ 66,60 para o WTI e US$ 75,60 para o Brent, graças a uma combinação de cortes de produção da Opep com sanções dos EUA às exportações petrolíferas do Irã e da Venezuela.

Desde então, o impacto do acirramento da guerra comercial entre EUA e China tem sido maior na narrativa do mercado. Isso ocorreu antes da ameaça de Trump de impor tarifas de 5% a 25% sobre o México, na semana passada, o que ofuscou os últimos vestígios de alta do mercado.

💥️Opep enfrenta enorme descrença na demanda de petróleo

John Kilduff, sócio fundador do ✅hedge fund de energia Again Capital, de Nova York, acredita que a Opep enfrentará dificuldades para provar a relevância dos seus cortes de produção altamente disciplinados em meio à enorme descrença na demanda de petróleo.

💥️Segundo Kilduff:

“É realmente admirável o nível de disciplina e conformidade que os sauditas e o resto da Opep estão demonstrando em relação aos cortes de produção, apesar da relutância da Rússia.”

“No entanto, acredito que o cartel tenha subestimado demais o impacto negativo das várias guerras comerciais de Trump sobre a demanda de petróleo. Sem uma resolução de algum desses conflitos comerciais nas próximas três semanas, a Opep pode ter que tratar com um mercado mais disposto a vender do que ouvir. Evidentemente, cada corte de barril hoje será importante para o piso do mercado no futuro. Mas é o ‘agora’ que a Opep precisa vencer, e parece que ela está enfrentando outra crise de confiança por parte do mercado nesse sentido.”

A menos de três semanas do início oficial do verão na América do Norte, ainda não houve uma demanda mais forte por gasolina nas refinarias, típica dessa época do ano com a arrancada da temporada de viagens automotivas nos EUA. Os 

“Os especuladores não estão se arriscando e estão reduzindo ainda mais sua exposição aos futuros de petróleo. Provavelmente está havendo mais liquidação de posições do que o necessário.”

Até mesmo Phil Flynn, analista de energia sênior de The Price Futures Group, em Chicago, quem geralmente tem uma perspectiva altista para o petróleo, admitiu que “muita coisa está acontecendo” no lado negativo, “dando aos ✅traders que gostam de volatilidade mais do que eles poderiam pedir”.

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