Produzir mais carne em menos tempo melhora negócio da genética bovina & Final
Animais de alta performance têm cada vez mais participação da inseminação artificial (Crédito: Gabriel Jabur/Agência Brasília)
Na medida em que cresce o melhoramento genético do gado de corte, a procura pela inseminação artificial sobe também. Apesar da preferência pela cobertura natural das fêmeas, alguns números revelam bom desempenho com a consolidação de técnicas mais eficientes, resultando em maior número de vacas inseminadas e taxa de prenhez, que mitigam o custo do processo.
Cada vez mais se encurta o ciclo da pecuária, gerando animais mais precoces e com boa conversão alimentar em menor tempo, com o sêmen de touros negociados pelas centrais ou diretamente pelos produtores, em número menor. Operação mais ajustada para os plantéis grandes, com necessidade de escala.
Em 2018, mais de 9,5 milhões de doses foram comercializadas, com ganho de 20% sobre o ano anterior. E as previsões do setor, amparadas pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), são ainda mais positivas para 2023, dentro do padrão notado pelo 💥️Money Times nas duas reportagens anteriores, mostrando o desempenho dos negócios com touros, bezerros e matrizes de alta e boa genética.
“Neste ano estamos vendo um mercado muito agressivo, comprador e aquecido se compararmos aos anos anteriores”, César Franzon, gerente de desenvolvimento de mercado da CRV Lagoa, uma das maiores centrais de vendas de sêmens do País. Sem revelar números da empresa, ele afirma ainda que o mercado está receptivo, com uma demanda grande por bezerros, levando em perspectiva o movimento de exportação muito grande de carne.
Pelos dados do Anualpec 2018, são cerca de 75 milhões de fêmeas bovinas em idade reprodutiva (vacas e novilhas), com 13% inseminadas artificialmente.
E aqui se destaca a técnica que revolucionou o setor, a Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF). Da taxa inseminada, mais de 86% são em tempo fixo, alguma coisa como 10,2 milhões de fêmeas de corte e 3 milhões de aptidão leiteira.
Antes se inseminava observando o cio das fêmeas e com o método, que já tem quase 10 anos, é possível controlar e definir o horário de ovulação e inseminação, facilita o manejo, permite diferentes cruzamentos e escolher a data do parto.
Se um macho consegue montar 50 vacas por ano, a inseminação tem potencial para cobrir até 10 mil vacas, dependendo da quantidade de doses de sêmen, com bom aproveitamento do material genético dos melhores touros.
Há o custo de implantação, que pode chegar acima de R$ 20,00 por animal, mas certamente há o ganho de volume, ideal para as grandes propriedades com milhares de cabeças.
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