Touros do petróleo dependem da redução dos estoques nos EUA, e não da geopolítica
Os Estados Unidos apesar da força das suas sanções ao Irã, ainda parece estar longe de conseguir o que quer da República Islâmica (Imagem: Bloomberg)
💥️Por Barani Krishnan/ysoke.com
Estamos vivendo uma das épocas mais incríveis na política do💥️ petróleo. Pelo menos cinco nações têm a oportunidade de tomar atitudes temerárias para o mercado petrolífero. Mas apenas uma delas está chegando ao limite: o 💥️Irã.
Teerã tem mostrado toda a sua habilidade nesse jogo, ao sair na frente e emitir uma nota conciliatória endereçada ao novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, esperando que ele não saia da linha, apesar da contínua saga de sequestros de navios petroleiros entre os dois países.
E os Estados Unidos, apesar da força das suas sanções ao Irã, ainda parece estar longe de conseguir o que quer da República Islâmica.
Raras vezes o Golfo Pérsico foi palco de tensões tão acirradas para o petróleo, e poucas vezes o prêmio de risco foi tão pequeno e inconsistente nos seus preços.
Já deve ter caído a ficha para a maioria dos✅ traders de petróleo neste momento, independente do seu viés direcional, de que nenhum dos atores desse jogo geopolítico – a saber: EUA, Reino Unido, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e mesmo o Irã – quer uma guerra real em suas mãos.
Tudo isso, em conjunto com as preocupações com a demanda, tem feito o mercado trabalhar mais a favor dos ursos do que dos touros.
💥️A geopolítica não está favorecendo os touros do petróleo
Desde que os EUA decidiram intensificar suas sanções ao Irã, os preços do petróleo praticamente não conseguiram satisfazer as expectativas dos comprados nesse jogo.
Gráfico 300 Min WTI & Powered by TradingView
West Texas Intermediate caiu mais de 16% em maio, depois subiu 9% em junho e registra novamente uma perda 2% este mês. O Brent, referência do petróleo fora dos EUA, se desvalorizou 11% em maio, teve um repique de 3% em junho e deve registrar um declínio de cerca de 4% em julho.Mas essa demanda do petróleo é realmente tão preocupante?
Trata-se de outra questão que gera perplexidade.
Isso porque, se analisarmos as retiradas de petróleo Da perspectiva global, o petróleo norte-americano se perdeu no quadro baixista pintado pela Agência Internacional de Energia, sediada em Paris. A agência revisou para baixo sua previsão de crescimento da demanda em 2023 para 1,1 milhão de barris por dia (mbpd) na semana passada – a segunda vez em um ano após o corte anterior de 1,5 mbpd para 1,2 mbpd. Fatih Birol, diretor executivo da agência, afirmou que outro corte pode ser necessário antes do fim do ano, principalmente se o crescimento mundial liderado pela China mostrar mais fraqueza. O consumo mundial de petróleo está estagnado desde meados de 2018, tornando inevitável a queda dos preços, apesar dos melhores esforços da Arábia Saudita e seus aliados no sentido de reduzir a produção, afirmou John Kemp, colunista de petróleo da Reuters, na terça-feira. Mas, evidentemente, a história da China pode acabar sendo melhor do que se pensava, pois ainda não se sabe se o estímulo planejado por Pequim ajudará a segunda maior economia do mundo a superar sua pior guerra comercial com os Estados Unidos. Isso nos leva ao melhor cenário para os touros do petróleo no momento: redução dos estoques nos EUA. Em face das previsões globais persistentemente deprimidas, os números semanais da EIA têm sido um raio de esperança para quem está comprado no petróleo, pois os ganhos ocorridos na esteira das fortes retiradas ajudaram a compensar alguns dos piores impactos dos dados globais baixistas. O consumo de petróleo nos EUA diminui com o declínio das viagens automotivas pós-verão, e ainda resta saber se o WTI – que já subiu 26% no ano – e Brent – com um ganho de 19% no acumulado do ano – continuarão se valorizando nos meses do outono e inverno. Mas, para reiterar, a EIA pode continuar sendo a salvadora do mercado de petróleo e da Opep – e não a geopolítica.💥️Cenário global parece pouco promissor para o petróleo
💥️Redução dos estoques nos EUA pode ser a última esperança dos comprados em petróleo
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