Missão da Opep+ para equilibrar mercado entra em fase crítica

A OPEP + enfrenta a dura tarefa de equilibrar os mercados desde que o grupo foi formado há quase três anos, enquanto o atual boom de xisto dos Estados Unidos aumenta a concorrência no campo da oferta (Imagem: Pixabay)

A mais nova missão da Opep e de seus aliados para controlar o excesso de petróleo no mercado entra em sua fase mais crítica.

Arábia Saudita, Rússia e outros grandes exportadores de petróleo têm enfrentado dificuldades para manter o superávit sob controle nos últimos seis meses, apesar dos cortes na produção, e as cotações do petróleo permanecem abaixo dos níveis que a maioria precisa para financiar suas economias.

A melhor chance da coalizão para enfrentar o excesso de oferta pode surgir neste trimestre, quando a demanda por petróleo atinge o pico no ano, antes de os mercados mundiais entrarem em um período mais desaquecido durante o inverno em 2023. Se a Opep e seus aliados não esgotarem os estoques, sua principal medida de sucesso, será difícil evitar a conclusão de que a estratégia do grupo é um fracasso.

“O terceiro trimestre é a janela ideal para causar um impacto significativo nos estoques globais”, disse Michael Tran, estrategista de commodities da RBC Capital Markets, de Nova York. “Caso contrário, o desafio enfrentado pela Opep de fazer com que os estoques voltem ao equilíbrio se torna uma tarefa ainda mais difícil.”

A aliança de 24 nações, chamada de Opep+, uma união entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e não membros que, juntos, bombeiam cerca de metade do petróleo do mundo, enfrenta a dura tarefa de equilibrar os mercados desde que o grupo foi formado há quase três anos, enquanto o atual boom de xisto dos Estados Unidos aumenta a concorrência no campo da oferta.

A tarefa da Opep+ se tornou ainda mais desafiadora este ano com a desaceleração da economia global e com a guerra comercial EUA-China, que reduziram o consumo de combustível. Em resposta, a Opep+ tem implementado um corte de produção de 1,2 milhão de barris por dia.

Resultados

Os resultados nos primeiros seis meses, no entanto, foram conflitantes: os estoques em países desenvolvidos inesperadamente aumentaram em 164 milhões de barris, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Os preços do petróleo, consequentemente, balançaram. Depois de subir cerca de 40%, para mais de US$ 75 o barril em Londres durante os primeiros quatro meses, a cotação perdeu força desde então e agora está abaixo do nível exigido pela maioria dos países da Opep para cobrir os gastos do governo.

Reduzir os estoques é a maior prioridade da Opep, disse o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, que representa o maior produtor do grupo, durante a última reunião, realizada em 1º de julho.

“É justo dizer que, nos últimos meses, os estoques cresceram de uma maneira que gostaríamos de evitar”, disse Al-Falih na sede do grupo em Viena. “Mais para frente, vamos reduzir os estoques. Em última análise, medimos nosso sucesso pela forma como administramos os estoques.”

Janela de oportunidade

Se houver uma reviravolta na conquista desse objetivo, isso se tornará visível agora.

A demanda global por petróleo deverá atingir uma alta recorde de 101,4 milhões de barris por dia neste trimestre, puxada pela demanda de motoristas nos EUA durante a temporada de férias de verão, segundo dados da AIE.

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