Indústria registrou estagnação no primeiro semestre, aponta CNI
Os dados de junho mostram que de todos os indicadores industriais, apenas o faturamento registrou um índice positivo, os demais índices recuaram (Imagem: Pixabay)
O primeiro semestre deste ano registrou estagnação na indústria brasileira, de acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado hoje (1º). A pesquisa confirma o fraco desempenho da atividade industrial no país.
“O faturamento do setor teve queda de 1% na comparação com o mesmo semestre de 2018, as horas trabalhadas na produção ficaram estáveis, o emprego teve leve queda de 0,1%, a massa real de salários recuou 1,9% e o rendimento médio real do trabalhador diminuiu 1,8% na comparação com o primeiro semestre de 2018. A utilização média da capacidade instalada no primeiro semestre é 0,1 ponto percentual inferior ao mesmo período de 2018”, disse a CNI.
Os dados de junho mostram que de todos os indicadores industriais, apenas o faturamento registrou um índice positivo, os demais índices recuaram. De acordo com a CNI, depois da queda de 2,2% registrada em maio, o faturamento da indústria aumentou 0,3% em junho frente a maio na série livre de influências sazonais. A utilização da capacidade instalada caiu 0,7% frente e maio.
Já a massa real de salários diminuiu 0,7%, mesmo recuo apresentado pelo indicador de rendimento médio dos trabalhadores, que também recuou 0,7% em junho na relação com maio, na série dessazonalizada. Com a queda de junho, a massa real de salários reverteu o crescimento verificado nos dois meses anteriores e é 0,8% menor do que a de junho do ano passado.
As horas trabalhadas na produção tiveram uma leve queda de 0,1% em junho frente a maio na série dessazonalizada. O levantamento mostra ainda que o emprego ficou estável em junho. Os dados mostram que, nos últimos 12 meses, o indicador do emprego teve sete meses de estabilidade, quatro meses de queda e apenas um de crescimento.
“A indústria encerra o semestre sem avanços em termos de atividade e emprego. Fica evidente que, além das medidas estruturantes, de longo prazo, necessárias para um novo ciclo de crescimento, também são urgentes e críticas medidas de curto prazo para estimular a economia. A redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic foi um fundamental primeiro passo nesse sentido. Há espaço para novas quedas. Adicionalmente, medidas que facilitem e reduzam o custo do financiamento também seriam muito importantes”, disse o economista da CNI Marcelo Azevedo.
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