Ter “patrocinador” branco nos EUA ajuda a avançar na carreira, afirma pesquisa
Conduzida no primeiro semestre de 2023, a pesquisa da PayScale pediu a mais de 98 mil pessoas para revelar seus salários e detalhes sobre seu patrocinador na empresa, caso tivessem um (Imagem: Pixabay)
Quer avançar na carreira? A mais recente pesquisa em gestão e negócios diz que é preciso ter um patrocinador: alguém que tenha influência suficiente para promover seu talento para pessoas importantes, uma pessoa que o recomendará para uma oportunidade que você não sabia que existia. Em outras palavras, um poderoso aliado no campo de batalha corporativo.
Porém, nem todos os patrocinadores corporativos obtêm os mesmos resultados. Nova pesquisa conduzida pelo site de salários PayScale revelou que funcionários com um patrocinador do sexo masculino e branco muitas vezes acabam com salários mais elevados, e a maioria desses empregados são homens e brancos. As mulheres, principalmente negras e hispânicas, são as menos propensas a ter uma conexão tão lucrativa.
Ao longo dos anos, vários estudos, como um publicado na Harvard Business Review, associaram os patrocinadores ao avanço na carreira. O acesso a redes poderosas no trabalho está diretamente ligado a projetos, promoções e aumento de salário. Mas esta pesquisa é a primeira a vincular o patrocínio diretamente ao salário, bem como às diferenças salariais entre homens e mulheres que desequilibram o mercado de trabalho nos EUA.
Conduzida no primeiro semestre de 2023, a pesquisa da PayScale pediu a mais de 98 mil pessoas para revelar seus salários e detalhes sobre seu patrocinador na empresa, caso tivessem um. Cerca de dois terços dos entrevistados forneceram dados sobre a raça ou gênero de seu patrocinador, além da remuneração.
Cerca de 56,7% de todos os entrevistados relataram ter um patrocinador no trabalho. Dos entrevistados brancos que disseram ter um patrocinador, 90% disseram que o patrocinador também era branco. Entre as negras e hispânicas que disseram ter um patrocinador, apenas 60% disseram que seu patrocinador era branco. Um estudo divulgado no início do ano indicou que a maioria dos executivos escolhe protegidos que se parecem com eles.
Escolher alguém que se parece com você não é inerentemente ruim. Mas, considerando que homens brancos ocupam cerca de 70% dos cargos de presidente e de vice-presidente nos EUA, esse fenômeno de imitação perpetua a falta de diversidade nos altos escalões. E tudo pode ser pior, porque os dados da PayScale sugerem que isso também está contribuindo para a diferença salarial.
A pesquisa revelou que mulheres negras com um patrocinador negro relataram receber 11,3% menos do que mulheres negras com um patrocinador branco. Mulheres hispânicas com um patrocinador hispânico ganham 15,5% menos que hispânicas com um patrocinador branco, segundo a pesquisa. Mulheres negras e hispânicas que não têm nenhum patrocinador ganham 5% menos do que aquelas que possuem um.
Várias mulheres negras em vários setores disseram à Bloomberg que se apoiavam em homens brancos para progredir na carreira, porque muitas vezes são os guardiões do poder.
“A menos que tenhamos essas pessoas nos impulsionando, é difícil avançar”, disse Elizabeth Diep, sócia da PwC que nasceu na República Dominicana.
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