Lemann: pobres bilionários, criminalizados por ajudar a educação!

Pelas páginas da Folha de S.Paulo de hoje, somos informados da existência de uma nova classe oprimida no Brasil, a dos bilionários interessados em educação. A constatação é de Denis Mizne, que desde 2011 ocupa o cargo de diretor-executivo da Fundação Lemann. Está no último parágrafo da entrevista, sem espaço para o contraditório, a seguinte declaração: "Mas existem ainda 💥️alguns campos que 💥️criminalizam o 💥️aporte técnico e a 💥️influência da sociedade civil em políticas educacionais. São 💥️visões conspiratórias, como 'As💥️ fundações querem privatizar a educação pública'. Será que não fica claro que o nosso compromisso é com a educação pública?".

Como sofrem os empresários bilionários e seus prepostos! Para quem não é da área, um pouco de contexto: a entidade liderada por Mizne, como se sabe, leva o nome de Jorge Paulo Lemann, homem que por sete vezes chegou a ser considerado o mais rico do Brasil. Por causa de umas questões paralelas, como diria Chico Buarque, Lemann hoje é apenas o 3º mais multimilionário. Sua fortuna, de cerca de R$ 80 bilhões, aumentou R$ 3 bilhões mesmo com o pedido da recuperação judicial das Lojas Americanas, de que ele é um dos donos.

Vamos aos negritos. Começo pela "criminalização". De que crime são acusadas as fundações e institutos empresariais? E principalmente, por quais instrumentos se visa criminalizá-las? Não há notícia de que algum CEO dessas entidades tenha sido processado, preso, ferido por mordida de cão policial ou tido a cabeça aberta por um cassetete da tropa de choque, como ocorre com alunos e professores em protesto. Eles, sim, podem falar em criminalização. Mizne e seus pares, ao contrário, navegam bastante bem pelos círculos de poder.

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