Me criticavam. Diziam que eu era louca de deixar meu filho com o Cazuza

Ao tratar de racismo com o próprio filho, Sandra afirma que também nunca levou o tema com ódio e as conversas com ele eram mais diretas, sem didatismo: "O lance é assim, tá ligado". Foi assim também quando Jorge perguntou a ela sobre sua homossexualidade: "Nunca tive namorado de fachada, nem escondi nada, sempre fiz as minhas coisas no exemplo e na prática".

Durante a conversa, a rainha do soul brasileiro ainda fala sobre as críticas que recebeu na maternidade e como era chamada de louca por deixar Jorge com o padrinho dele, o Cazuza.

Ao se autoafirmar como uma mãe incrível, Sandra diz que um filho traz o retrato da importância e da responsa que uma mulher é e que ela tem.

Sandra Sá - Divulgação - Divulgação

💥️Ecoa: Com uma agenda intensa de shows e viagens, como você conciliava carreira e maternidade? Se sentia culpada? Tentava suprir sua ausência de alguma forma?

Sandra Sá: Nunca usei meu tempo com essa parada de culpa. Estou fazendo para o bem e posso errar, dar na trave, mas é uma experiência que estou passando para aprender. Quando Jorge tinha três meses foi ao programa da Hebe comigo. De repente, ele começou a chorar porque queria mamar. A Hebe me perguntou se eu me importava de amamentá-lo ali, disse que não. Quando o programa voltou para o ar, estava amamentando o com toda a naturalidade do mundo.

Durante anos fui ausente, porque estava ralando, graças a Deus, pior se não tivesse com o que ralar. Teve uma vez que estava viajando a trabalho, peguei um voo de São Paulo para o Rio, o levei na escola e depois voltei. Tudo o que fiz não foi para suprir, mas para amar. O amor por um filho é grande, infinito e supremo.

💥️Ecoa: Quando assumiu publicamente sua homossexualidade você disse que não via a necessidade de anunciar aos quatro cantos do mundo que é gay. Mas como foi contar para o Jorge?

Sandra Sá: Nunca assumi nem "desassumi". Sempre fui. Nunca tive namorado de fachada, nem escondi nada, sempre fiz as minhas coisas no exemplo e na prática. Fui vivendo minha vida, ele foi percebendo até que um dia surgiu o papo: "Mãe, qual é a parada, é isso, não é?" Eu disse sim, a gente é o que é.

Não sei lidar com o didatismo de senta aqui que a mamãe vai te contar uma coisa. É muita volta. Falo para o Jorge que a coisa mais relax é falar a verdade, porque se tu mente, tu vai virar escravo da mentira o resto da vida. Não gosto de mentira porque sou preguiçosa e mentir dá um trabalho ferrado.

Nunca teve inquisição e cobranças, mas quando ele via ou sentia que algo não estava bom nos meus relacionamentos, ele chegava junto e dava uns toques. A gente sempre trocou ideias e só queria (e quer) que o outro seja feliz.

💥️Ecoa: Qual a parte que você menos e mais gosta na maternidade?

Sandra Sá: Não tem nenhuma parte que eu não goste. A que mais curto é saber que pari um ser e esse ser olha e me chama de mãe. Só sendo mãe para entender o tamanho desse amor.

💥️Ecoa: Você e o Jorge tem algum programa favorito?

Sandra Sá: Nosso lance é estar perto e se divertir onde quer que a gente esteja. Quando Jorge voltou dos Estados Unidos para o Brasil, a gente saía todos os dias. Publicaram uma fofoca dizendo algo do tipo: "Sandra Sá nas noites cariocas com um gato". Era meu filho, a gente riu pra caraca.

Sandra Sá - Divulgação - Divulgação Sandra Sá

💥️Ecoa: Jorge já é um homem criado: tem 38 anos, é independente e bem-sucedido profissionalmente. O que você aprendeu nessas décadas sendo mãe?

Sandra Sá: Aprendi que a maternidade só te soma e que um filho dá pra gente a percepção exata da vida. E um filho como o Jorge dá a certeza de que o respeito e o amor materno são uma simbiose incrível.

Um filho traz o retrato da importância e da responsa que uma mulher é e que ela tem. Por isso, respeite a mulher, respeite a mãe.

💥️Ecoa: Qual conselho você daria para uma mãe negra ou para quem quer ser mãe hoje no Brasil?

Sandra Sá: Não tem receita, mas quando você é verdadeira, truta, vai sempre ter seu filho por perto. Eu era bem relax e até com uma certa malandragem.

Jorge foi um filho que nunca me deu problema. A briga mais grave que a gente teve foi durante uma viagem para Trancoso, em que ele sumiu e a gente ia se atrasar para pegar um voo. Ele brinca que foi a primeira vez que levantei a mão para ele, mas nunca bati.

A abertura, liberdade e respeito que a gente tem um com outro funciona muito bem. Quando a gente leva a coisa sem medo e culpa, a maternidade fica mais leve.

Por isso, meu conselho para todas as mães, em especial para as mães criolebas, é: não ouça o conselho de ninguém, vai na fé, siga a sua intuição e acredite em você.

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